Dilma na ONU: “Nosso povo soube vencer o autoritarismo e saberá impedir retrocessos”

Dilma Rousseff em discurso na ONU - Foto: Reprodução/TV
Dilma Rousseff em discurso na ONU – Foto: Reprodução/Twitter

Ao contrário do que apostava a oposição, a presidenta Dilma Rousseff não carregou nas tintas ao tratar do processo de impeachment a que é alvo durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU na assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança Climática. Ela dedicou a maior parte de sua fala para tratar da assinatura do pacto pela redução da emissão de gases poluentes e reservou apenas o final para agradecer aos chefes de Estado o apoio recebido por ela contra o golpe e a afirmar que o povo tem “apreço pela liberdade” e saberá impedir retrocessos no Brasil.

Dilma iniciou sua participação lembrando que seu governo “traçou metas ambiciosas” para o clima “porque sabe que os riscos associados aos efeitos negativos recaem sobre as populações vulneráveis do mundo”. Ela recomendou que o setor privado também “desenvolva um esforço robusto de redução de emissões”. “Anunciei a contribuição brasileira de 37% da redução dos gases até 2005 e a ambição de alcançar redução de 43% até 2030 tomando 2005 em ano base.”

O minuto final foi dedicado ao processo de impeachment. Ela não usou essa palavra, nem mesmo o golpe. Disse, no entanto, que não poderia terminar suas palavras sem mencionar “o grave momento que vive” o País. “A despeito disso, o Brasil é um brande País, que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é trabalhador, com apreço pela liberdade. Saberá impedir quaisquer retrocesso. Sou grata a todos os líderes que expressam a mim a sua solidariedade.”

Depois de seu discurso na tribuna, Dilma pretende conceder uma nova entrevista aos correspondentes estrangeiros, tal como fez na última terça-feira (19), quando declarou que o Brasil “tem um veio golpista adormecido” e acusou o vice-presidente Michel Temer de conspirar contra sua gestão, observando que uma eleição indireta foi a única forma que o grupo político ligado ao vice encontrou para chegar ao poder: “Quem pretende me substituir não tem esses 54 milhões de votos. Estão tentando fazer uma eleição indireta travestida de impeachment”, disse a presidenta a um grupo de mulheres no Palácio do Planalto.


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