É com pesar que o ator da Globo José de Abreu escreve nesta sexta-feira (29) em artigo no jornal Folha de S.Paulo. Vítima de insultos em um restaurante de São Paulo na semana passada, quando respondeu cuspindo nos agressores, ele rememora uma série de exemplos de intolerância recente por parte de brasileiros com dinheiro para lamentar o destino das massas: “Eu sino muito pelos menos favorecidos. Vão entregar o Brasil ao PMDB carioca. De Eduardo Cunha.”
Abreu lembrou do episódio em que ele e sua mulher foram insultados no restaurante por um advogado. Lembrou também das agressões verbais sofridas pelos ex-ministros Guido Mantega e Alexandre Padilha, pelo humorista Gregorio Duvivier e até das ofensas no velório do ex-presidente do PT Eduardo Dutra. “Os fascistas tentam transformar os vândalos agressores em vítimas”, escreveu sobre a defesa recebida por seus agressores nas redes sociais. “Mas as ‘vítimas’, caso inédito nos anais da criminalidade, fugiram.”
Ele diz que esses casos “prefiguravam o golpe que estava por vir escondido sob a aparente legalidade do processo de impeachment”. “Eu sinto muito pelos menos favorecidos. Vão entregar o Brasil ao PMDB carioca. De Eduardo Cunha. Do secretário Pedro Paulo Carvalho Teixeira, que bateu na própria mulher. Do prefeito Eduardo Paes, que gastou quase R$ 45 milhões em uma ciclovia que desabou. De Moreira Franco, talvez o prior governador que o Estado do Rio já teve. E a outros políticos do mesmo calibre […]: enroscados na Lava Jato.”
Ele conclui lembrando que Dilma será julgada pelas “pedaladas fiscais” também cometidas pelo relator do processo de impeachment no Senado, Antonio Anastasia. “É tanta hipocrisia, tanto desapego à democracia. Adeus, Brasil cordial.”
Deixe um comentário