Após Lula e Aécio, Janot pede investigação de Dilma e Cardozo

Dilma e Lula podem se tornar investigados na Operação Lava Jato - Foto: EBC
Dilma e Lula podem se tornar investigados na Operação Lava Jato – Foto: EBC

Depois de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF autorização para iniciar uma investigação contra a  presidenta Dilma e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. 

O pedido, que tramita em segredo de Justiça, se baseia na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS). Em uma das oitivas, o senador acusou a presidenta e Lula de terem interesse em nomear ministro da Justiça, no ano passado, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro para barrar as investigações da Operação Lava Jato e libertar empreiteiros presos. Na época, Cardozo ocupava o cargo de ministro da Justiça, responsável por indicar informalmente à Presidência da República nomes de possíveis candidatos.

Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo, decidir sobre a abertura do pedido de investigação. Ainda não há data para a tomada da decisão.

Outro lado

Em março, após a divulgação dos primeiros trechos da delação de Delcídio, Marcelo Navarro declarou que nunca favoreceu investigados na Lava Jato. “Tenho a consciência limpa e uma história de vida que fala por mim”, disse o ministro, na ocasião.

Agora advogado-geral da União, Cardozo divulgou nota dizendo que as declarações de Delcídio são “levianas e mentirosas”. De acordo com ele, “a abertura de inquérito irá demonstrar apenas que o senador, mais uma vez, faltou com a verdade, como aliás já anteriormente havia feito quando mencionou ministros do Supremo Tribunal Federal na gravação que ensejou a sua prisão preventiva”.

Cardozo também lamentou que, “mais uma vez, um inquérito sigiloso tenha sido objeto de vazamento antes mesmo que quaisquer investigações pudessem ser feitas em relação às inverdades contidas na delação premiada do senador”.

O Instituto Lula disse, em nota, na época da divulgação da delação de Delcídio, que o ex-presidente jamais participou direta ou indiretamente de qualquer ilegalidade e que tem havido “jogo de vazamentos ilegais, acusações sem provas e denúncias sem
fundamentos”.

*Com reportagem de André Richter, da Agência Brasil


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