Reportagem publicada neste domingo (8) pelo portal UOL aponta que Renan Antônio Ferreira dos Santos, um dos três líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), é réu em pelo menos 16 ações cíveis e em mais de 45 processos trabalhistas, incluindo os que estão em seu nome e o das empresas de que é sócio.
Criado em 2014, o MBL defende o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, acusada de liderar um governo corrupto. Organizou manifestações contra o governo federal e, no dia 27 de maio do ano passado, entregou um pedido de abertura de processo de impeachment contra a petista ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
As acusações contra Renan Santos incluem o fechamento fraudulento de empresas, dívidas fiscais, fraudes contra credores, calotes em pagamento de dívidas trabalhistas e ações de danos morais, que somam R$ 4,9 milhões. De acordo com o UOL, o MBL também está sofrendo uma ação de despejo de sua sede nacional, em São Paulo.
Renan negou que tenha cometido irregularidades, mas admitiu as dívidas. Na área cível, ele enfrenta processos de cobrança de bancos e fornecedores que somam mais de R$ 3,4 milhões. Na maioria das ações não há mais recursos, mas as cobranças não têm tido êxito porque a Justiça não encontra valores nas contas das empresas e de seus donos.
Na área trabalhista, a Martin Artefatos de Metal, da qual Renan é sócio, acumula 45 processos nos tribunais de São Paulo e Campinas: suas condenações ultrapassam R$ 1,5 milhão. Já foi decretada a penhora de bens da empresa, que irão a leilão para levantar os recursos devidos. Renan nega a existência de irregularidades na sua firma: “Eu sou mais um dos milhões de pessoas que tentaram empreender no Brasil e não conseguem”.
Ainda segundo o UOL, a dona da conta bancária usada pelo MBL para receber doações, Stephanie, irmã de Renan, é ré em dois processos de execução por dívidas, que totalizam cerca de R$ 10 mil. A Justiça busca agora meios de fazer com que a ré pague o que deve. Já o seu irmão Alexandre é réu em sete processos, dos quais seis são execuções por dívida. O portal não conseguiu localizar Alexandre e Stephanie para comentar as ações.
Renan contou ao portal que entrou no PSDB “para combater o governo da Dilma”. No ano passado, decepcionado, decidiu sair: “O PSDB não é uma alternativa, mesmo porque não só o PSDB como nenhum outro partido hoje existente é liberal. Não existe partido, por exemplo, que defenda oficialmente e abertamente a privatização da Petrobrás como a gente defende ou a privatização da saúde e da educação com sistema de voucher, como a gente também defende”, disse Renan na época.
Deixe um comentário