Requião não poupa Dilma e ataca: “Por que não corrigiram quando eram governo?”

Roberto Requião, cala o Senado - Foto: EBC
Roberto Requião, cala o Senado – Foto: EBC

Em um discurso de 15 minutos que mais pareceu uma aula de economia e geopolítica, o senador  Roberto Requião (PMDB-PR) vergastou tanto a política econômica adotada por Dilma Rousseff em seu segundo mandato quanto os atuais integrantes da chamada oposição, defensores do seu afastamento, “que pretendem continuar com a mesma política liberal, recessiva, mas multiplicada por dez”, atacou.

Requião criticou Dilma por ter “adotado a política liberal defendida pelo Aécio na campanha, com as consequências negativas observadas por todos”. Para o senador paranaense, seria uma ilusão “infantil” o sentimento que ele observa nos defensores da saída de Dilma. “Pensam que amanhã, ou na sexta-feira, tudo vai estar resolvido. Mas não vai acontecer pois a crise econômica mundial, o fim do ciclo da soja e das commodities de exportação, junto com a retração continuada da China vão continuar existindo”, afirmou, fazendo com que o Plenário do Senado, que estava virando uma roda de bate-papo com a presença de ex-senadores e deputados federais conversando com os atuais integrantes da Casa, ficasse em silêncio, meio surpresos por alguém estar falando coisas além da simples retórica de defesa do golpe legislativo.

Requião atacou os ex-ministros e demais integrantes do governo Dilma que mudaram de lado e se apressaram a aderir a Michel Temer, culpando-os pela situação política e econômica do Brasil. “Eles estavam no governo, se agora acham que as coisas estão tão ruins, por que não procuraram corrigi-las enquanto eram responsáveis pela administração do país?”, questionou.

O ex-governador do Paraná disse que o modelo econômico preconizado “pelos defensores do liberalismo, das privatizações, da abertura sem limite dos mercados, quebrou a Europa, quase faliu a Grécia, Portugal, Espanha e outros países”. Para o senador do Paraná, insistir na mesma política, em doses ainda maiores, vai quebrar de vez o Brasil. “Querem que sejamos um país terceirizado, entregue ao capital externo e aos interesses do mercado”.

Segundo Requião, mesmo que ele critique a presidenta Dilma pela adoção de políticas econômicas recessivas, que beneficiam apenas aos detentores do grande capital, “alerto que não vai acontecer nenhum milagre com a sua saída. Repito, vai ser a adoção do receituário liberal em doses ainda mais lesivas ao Brasil. É por isso que voto contra a admissibilidade do impeachment, essa enorme besteira que querem impor ao País”.


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