Ministro da Agricultura ganhou o troféu ‘Motossera de Ouro’ em 2006

O senador Blairo Maggi durante entrevista em Brasília - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador Blairo Maggi, novo ministro da Agricultura, durante entrevista em Brasília – Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Acusado de desmatar deliberadamente a Amazônia, em 2006 o agora ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ganhou o Troféu Motossera de Ouro, do Greenpeace. “Maggi fez por merecer”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace: “Com dois anos de governo, sua principal façanha foi transformar o Estado do Mato Grosso em campeão do desmatamento, responsável por 48% do total em toda a Amazônia Legal”.

Na época Maggi ainda não se preocupava com o desmatamento. Eleito governador de Mato Grosso pelo PPS em 2002, no ano seguinte ele declarou ao jornal The New York Times que “um aumento de 40% no desmatamento da Amazônia não significa nada. Não sinto a menor culpa pelo que estamos fazendo por aqui”. Dois anos depois, teria declarado numa reunião de governo: “Esse negócio de floresta não tem futuro”.

Reeleito em 2006, com 65,4% dos votos, começou a dar mais atenção à questão ambiental. Suas empresas começaram a colecionar certificados de adequação a normas internacionais. “No começo da minha gestão não dei prioridade à política ambiental. Foi o maior erro que cometi”, disse: “Se pegarem os números de depois que eu saí, verão que houve redução de 90% no desmatamento. É possível aliar produção e preservação”.

Nascido em 1956, filho do fazendeiro André Maggi, Blairo graduou-se em agronomia pela Universidade Federal do Paraná (seu prenome se inspira em um integrante de dupla sertaneja que fazia sucesso na época, Blairo e Clairon). Nos anos 70, a família se mudou para o cerrado matogrossense, onde enriqueceu plantando soja.  

A carreira política de Blairo começou em 1994, quando foi eleito suplente do senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), para cuja campanha doou R$ 300 mil. Em 1999, ele assumiu a cadeira de Jonas por quatro meses e decidiu seguir na política. Filiou-se ao PPS e conseguiu se eleger no primeiro turno, na época em que o partido lançou Ciro Gomes à Presidência. Em 2006, reelegeu-se também no primeiro turno, mas o partido o expulsou porque ele deu apoio à candidatura de Lula, e não ao tucano Geraldo Alckmin.

Ao final de seu mandato, elegeu-se senador pelo PR, com 37% dos votos válidos. Em 2013, tornou-se presidente da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado, em meio a muitas críticas dos ambientalistas. Na época, disse que os ataques eram injustos e que tinha grande preocupação com o meio ambiente.

Não é bem assim: Maggi foi relator de uma Proposta de Emenda Constitucional que retira a  exigência de licenciamento ambiental para a realização de obras: o texto diz que nenhuma obra poderá ser suspensa ou cancelada se o próprio empreendedor apresentar um Estudo de Impacto Ambiental. A PEC foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado no último dia 27 de abril. O Ministério Público Federal reagiu e disse que a proposta de emenda viola cláusulas pétreas da Constituição.

Na esfera política, Maggi rompeu com o governo Dilma em março do ano passado, depois de esperar muito tempo um convite para o Ministério da Agricultura. Em novembro de 2015, anunciou que iria se filiar ao PMDB, mas voltou atrás. Convidado por Michel Temer para a pasta da Agricultura, filiou-se ao PP no último dia 11.


Comentários

3 respostas para “Ministro da Agricultura ganhou o troféu ‘Motossera de Ouro’ em 2006”

  1. Se Geraldo Alckmin tivesse sido eleito em 2006, não teríamos passado por tudo isso. Acho que muitos hoje se arrependeram de não ter votado nele.

    1. Avatar de Renato Lima
      Renato Lima

      Kkkk, é ? E os 333 milhoes que sumiram do sistema metroviario que é de resposabilidade dele. Os furos nos investimentos com educaçao, os roubos na verba da merenda, falta de investimento na sabesp para beneficiar empresarios. Realmente o homem esta preocupado com estado nao com o bolso dele kkk

    2. Seria pior, esqueceste do metrolão ? esqueceste da crise hídrica ? esqueceste do fechamento de escolas ? esqueceste da segurança ? esqueceste da saúde pública ? esqueceste dos preços extorsivos dos pedágios paulistas ? esqueceste do merendão ? SEM NOÇÃO.

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