Se em algumas escolas ocupadas pelo Brasil alguns pais preferem que seus filhos deixem as ocupações, no Ceará a situação é outra. Pais de estudantes das unidades estaduais do Ceará também participam da ocupação dos prédios para dar apoio aos filhos que pedem melhoria em todo o sistema de ensino.
O colégio Caic (Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente) Maria Alves Carioca foi a primeira ocupada em Fortaleza, no dia 28 de abril. Desde então, 45 escolas passaram pelo mesmo processo, 34 em Fortaleza e 11 em cidades do interior do Estado, informa reportagem do portal UOL*.
Por lá, os pais acompanham os filhos principalmente no período noturno, para fiscalizar as atividades. Em São Paulo, a Polícia Militar foi acusada de fazer ameaças aos estudantes durante a madrugada. “Sempre estou por aqui dando uma olhada nos meninos”, contou à reportagem a dona de casa Leide Costa, 43, mãe de Henrique, 15.
A diarista Cícera Maria Ferreira tem dois filhos estudando no mesmo centro. “É bom eles saberem que estamos por perto e apoiando a ocupação para melhorar a qualidade do ensino e da escola. Já dormi aqui alguns dias, mas atualmente venho depois do trabalho e volto para casa quando encerramos o jantar e limpamos a cozinha”, disse.
As ocupações também são animadas. Os estudantes promovem oficinas, palestras, saraus e peças teatrais. Os grupos se dividem nas atividades de limpeza, alimentação e tudo o que é planejado para o movimento. “Cada um fica responsável por um setor, depois há um revezamento para não ficar cansativo”, contou um estudante de 16 anos.
Até agora não houve nenhum distúrbio que justificasse a presença da polícia, informou a Secretaria da Educação do Estado do Ceará.
*Título e edição de Brasileiros com reportagem de Aliny Gama para o UOL.
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