Milhares de pessoas (cinco mil para a PM e 30 mil para os organizadores) participaram de protesto pacífico contra o governo do presidente interino Michel Temer, na capital paulista. No final da tarde, saíram do Largo da Batata, na região oeste, e seguiram para a casa do interino, no Alto e Pinheiros, bairro nobre da cidade.
Ao serem impedidos de chegar diante do local, cerca de 15o militantes da Frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) decidiram acampar na Praça Norma G. Arruda, próxima à casa de Temer.
A Tropa de Choque chegou à praça por volta das 23h. O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, tentou negociar a permanência. Questionou a liberdade de manifestação das pessoas que acamparam diante da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na Avenida Paulista, por dois meses e a diferença de tratamento com o protesto. Avisou que os manifestantes não fariam nenhuma ofensiva em cima da polícia. E pediu que agissem de maneira não agressiva.
A PM não quis acordo. “No nosso entendimento em momento algum foi tolhido o direito à manifestação. Em nome do Estado vamos resolver da melhor maneira possível. Na hora combinada vamos desobstruir a via para que as pessoas tenham direito de ir e vir”, alertou o comandante responsável pela ação. Boulos pediu que não jogassem bomba. “Estamos tentando minimizar qualquer tipo de problema”, disse o comandante.
Manifestantes sentaram pacificamente no chão. “Apesar das dificuldades e da chuva, a orientação é que a gente resista aqui sem jogar uma pedra. Que a gente se sente e eles venham nos tirar. Não vamos sair por vontade própria. Pedimos que se retirem crianças, mulheres, grávidas e idosos. Eles são covardes, buscarão o enfrentamento”, pediu Boulos. “Eles nunca vão conseguir parar a luta do povo.”
Poucos minutos depois, a Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo avançou com jatos d’água, bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Uma fotógrafa foi atingida pelo jato de água, por bombas de gás e por uma bala de borracha na perna.
“Não vamos embora de cabeça baixa, não entramos numa luta para sairmos desmoralizados”, falou Boulos, antes da dispersão.
O ato foi pacífico por todo o dia. Manifestantes pediam “Fora, Temer” e reivindicavam direitos de moradia revogados pelo governo interino.
Com informações dos Jornalistas Livres e da Mídia NINJA
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