Serra é recebido com protesto na Argentina: “Serra, ladrão, não ganha uma eleição”

Manifestantes protestam contra Serra em Buenos Aires - Foto: Jornalistas Livres
Manifestantes protestam contra Serra em Buenos Aires – Foto: Jornalistas Livres

Em sua primeira viagem internacional, o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, foi recebido com protestos. Antes de se encontrar com o presidente argentino, Mauricio Macri, no Palácio San Martin, sede da chanceleria, o senador licenciado ouviu palavras de ordem de manifestantes que empunhavam cartazes com críticas ao processo de impeachment no Brasil.

Serra embarcou para Buenos Aires no domingo (22), quatro dias depois de ter assumido o novo cargo. O plano é se encontrar ainda hoje com Macri, presidente que tomou posse há cinco meses depois de 12 anos de governos kirchneristas.

Assim que se aproximou do Palácio San Martin, Serra precisou enfrentar A Frente Argentina pela Democracia no Brasil (grupo de brasileiros que vivem naquele país) partidos políticos, movimentos sociais, coletivos e acadêmicos de ciências sociais.

Segundo reportagem dos Jornalistas Livres, “o ministro entrou pela porta do depósito” para fugir do protesto, que se aproximou do ex-governador paulista com gritos de “Serra, ladrão, não ganha uma eleição”.

Serra também pretende se encontrar com a ministra das Relações Exteriores argentina, Susana Malcorra – que na semana passada lançou candidatura à Secretaria-Geral da ONU – e com o ministro das Finanças, Alfonso Prat-Gay.

A primeira visita oficial de Serra a um país estrangeiro tem também um motivo político: assegurar ao principal parceiro comercial do Brasil que o governo do presidente interino Michel Temer é legítimo e que o processo de impeachment da presidenta afastada, Dilma Rousseff, é constitucional.

Um dos temas mais polêmicos negociados por Serra será a flexibilização do Mercosul, para permitir aos membros negociar acordos bilaterais com países de fora do bloco. A ideia inicial dos criadores do grupo era seguir o modelo da União Europeia, que tem um mercado sem fronteiras entre 28 países, uma mesma moeda (o Euro) adotada por 19 de seus membros e uma política externa e econômica comum.



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