O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou na quarta-feira (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação reforçando o prosseguimento do inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Há duas semanas, o ministro Gilmar Mendes, relator da investigação, suspendeu as diligências e devolveu o processo para Janot.
Ao decidir a questão, Mendes entendeu que não há fatos para uma nova investigação contra o senador. Segundo o procurador, no entanto, há novas provas sobre os supostos crimes cometidos pelo senador em Furnas, empresa subsidiária da Eletrobrás.
Além de indicar que há novas provas, Janot diz que o ministro não pode se recusar a dar prosseguimento ao inquérito sem a anuência da Procuradoria. Entre as provas estão os depoimentos do ex-senador Delcídio do Amaral, nos quais Aécio foi citado como recebedor de “pagamentos ilícitos”, pagos, segundo ele, pagos ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.
Ao assim agir, diz, o Janot, “o Poder Judiciário estará despindo-se de sua necessária imparcialidade e usurpando uma atribuição própria do Ministério Público, sujeito processual a quem toca promover a ação penal e, antes disso, munir-se do substrato probatório que o autorize a exercer, responsavelmente, seu múnus [dever]”.
Em nota, a assessoria do senador informou que as acusações são falsas e foram arquivadas pelo próprio procurador, mas ressalta que o parlamentar vai prestar novamente todas as informações solicitadas para esclarecer a questão.
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