Ciro Gomes: “Se Dilma voltar, o golpe no Congresso continuará lhe estrangulando”

Ciro Gomes, é o pré-candidato do PDT à presidência em 2018 - Foto: Agência Brasil
Ciro Gomes, é o pré-candidato do PDT à presidência em 2018 – Foto: Agência Brasil

Para Ciro Gomes, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff significa a revogação da Constituição de 1988. Defensor da democracia, diz que luta pelo retorno da petista ao poder, por menores que sejam as chances de o Senado reverter o quadro.

O golpe, no entanto, não se encerraria com a volta de Dilma à Presidência: “Golpes modernosos não admitem rupturas toscas. Caso Dilma volte, o golpe continua. Vão estrangular ela no Congresso se insistir no erro de conciliar com seus algozes”, disse Ciro, em uma mesa do Salão do Livro Político, em São Paulo. “Precisa acabar com a presidência de coalizão, essa picaretagem que o Fernando Henrique [Cardoso] criou para garantir a própria reeleição. Estou disposto a qualquer sacrifício se quando a gente voltar ao poder, fizermos um mea culpa com o povo e virarmos o jogo econômico”.

O pré-candidato à Presidência pelo PDT é enfático ao defender uma mudança na política econômica de Dilma: “Joaquim Levy tinha no histórico falir o Rio de Janeiro e aí a Dilma chama ele para a Fazenda. Levy propôs uma série de loucuras que atenta contra a retórica.  Não há justificativa técnica para a taxa de juros a essa altura. Pode chamar Meirelles, Armínio Fraga, vamos ver se não cai a máscara deles aqui na minha frente”.

Ex-ministro da Integração Nacional de Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, Ciro aponta uma diferença entre o processo de impeachment contra Fernando Collor, em 92, e o de Dilma: no primeiro, diz ele, construiu-se um consenso entre o “Brasil conservador e o Brasil progessista” de que o presidente deveria ser afastado: “Collor não caiu por causa da mobilização das ruas, mas porque o consenso chegou à plutocracia”. No caso do impeachment de Dilma, não teria sido construído esse consenso.

Para Ciro, a percepção internacional da ruptura democrática no Brasil é um sinal de que há espaço para lutar pela volta de Dilma: “Nenhum chefe de Estado ligou para Temer. Nem Barack Obama”.

Segundo o candidato, o próximo passo do golpe é mudar a política externa do País. “Os alvos serão o Mercosul e o banco dos Brics, que pode propor uma nova forma de financiamento ao mundo. José Serra está desmontando tudo isso”. 

 


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