Universidade de Brasília condena ofensas homofóbicas e racistas

Fachada do Centro Acadêmico no Instituto Central de Ciências (ICC), onde ocorreu a manifestação - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Centro Acadêmico no Instituto Central de Ciências, onde ocorreu a manifestação – Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A reitoria da Universidade de Brasília (UnB) repudiou nesta segunda-feira (20) o protesto ocorrido no campus da universidade na noite de sexta-feira (17), em que os estudantes foram alvo de ofensas homofóbicas e racistas. Em nota, a reitoria informou que atos de natureza agressiva serão devidamente apurados e que continuará o trabalho incessante de promoção de ações de tolerância, respeito e não violência na UnB.

Na noite de sexta, estudantes da UnB foram alvo de uma manifestação de um grupo de extrema direita. De acordo com a ocorrência policial registrada por alunos e por um vídeo publicado nas redes sociais, cerca de 15 manifestantes entraram no Instituto Central de Ciências (ICC) da universidade com megafone e bandeiras do Brasil, gritando palavras preconceituosas contra os estudantes, como insultos racistas e homofóbicos.

No vídeo publicado na internet, os manifestantes gritavam: “Vai ter que estudar”, “não vai ter greve”, “maconheiros”, “cotistas golpistas não passarão”, além de frases homofóbicas. A reitoria da UnB informou que uma pessoa teria disparado um rojão do lado de fora do ICC e que houve discussão verbal entre o grupo e alguns alunos. Segundo a UnB, aparentemente os manifestantes não fazem parte da comunidade acadêmica.

Segundo a reitoria, a segurança do campus foi acionada e retirou o grupo sem a necessidade do uso de força. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB também divulgou uma nota de repúdio ao ato de “violência e intolerância”.

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o caso. O grupo foi denunciado por dois estudantes, que registraram boletim de ocorrência por injúria.

O assessor de comunicação da universidade, George Marques, informou que protocolou uma denúncia no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios contra Kelly Cardoso, uma das pessoas apontadas como organizadora da manifestação na UnB. “Questionei ao órgão se a atitude implica em ação de terrorismo”, explicou Marques.

A manifestação teria sido convocada pela ativista conhecida como Kelly Bolsonaro. No último dia 9, Kelly postou uma mensagem no Facebook convocando interessados em fazer uma manifestação na universidade.  O ato ocorreu dias depois que professores da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília sugeriram levar ao congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) uma proposta de greve na universidade, a partir do segundo semestre, até que a presidenta afastada Dilma Rousseff volte ao governo.

* Com Agência Brasil


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