Marcelo Freixo: Crise no Rio “vem sendo alimentada” há dez anos pelo PMDB

Eduardo Paes (esquerda) é cumprimentado pelo então governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB, após vitória na eleição municipal de 2012 - Foto: Tania Rego/ABr
Eduardo Paes (esquerda) é cumprimentado pelo então governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB, após vitória na eleição municipal de 2012 – Foto: Tania Rego/ABr

Falcatruas na reforma do Maracanã, propina a Eduardo Cunha nas obras do Porto Maravilha, Olimpíadas. As razões para a crise no Rio de Janeiro não são novas, estão aí há pelo menos dez anos, contabiliza em artigo o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), para quem a crise atual às vésperas dos jogos se deve aos desmandos dos governadores do PMDB.

Freixo inicia seu artigo para o jornal Folha de S.Paulo citando a resposta do governador interino, Franscisco Dornelles (PP), sobre o estado de calamidade pública nas finanças do Rio, decretado oficialmente por ele na semana passada. “Ontem pertence à história”, disse o pepista. “Não surpreende que ele se recuse a olhar para o passado”, escreveu Freixo. “Se o fizesse, veria as gandaias parisienses de Sérgio Cabral, o guardanapo na cabeça de Fernando Cavendish, as falcatruas na reforma do Maracanã, a propina de Eduardo Cunha nas obras do Porto Maravilha e a farra das empreiteiras da Lava Jato na Olimpíada.”

Para o parlamentar, a “primeira prestação de calamidade” data do dia 1º de janeiro de 2007, quando Sérgio Cabral (PMDB) assumiu o governo. “Desde então, o endividamento saltou de R$ 50,5 bilhões para R$ 107 bilhões – aumento de 112%.” Já as isenções fiscais a empresários chegaram a R$ 138 bilhões entre 2008 e 2013, suficientes para “pagar por cinco anos os salários dos servidores estaduais”: “A crise vem sendo alimentada há anos pelos governos do PMDB no Estado e no município”.

Segundo Freixo, o decreto de Dorneles não tem por objetivo “aliviar a agonia dos servidores públicos que estão sem receber os salários”. Como a medida permitirá que Dornelles tome medidas de exceção, como contratar à revelia da Lei de Licitações, “o dinheiro será utilizado exclusivamente para tentar salvar os Jogos Olímpicos da gestão incompetente de Eduardo Paes” no município.

O deputado acredita que o decreto pode até agravar a crise no Rio, uma vez que o governador poderá “ampliar o endividamento de um Estado falido, cuja única preocupação, diante do caos humano, é com os Jogos Olímpicos”.


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