Ex-presidente do PSDB de Minas vira réu sob acusação de desviar verbas

O ex-deputado federal Nárcio Rodrigues (PSDB) - Foto: Brizza Cavalcante/ Câmara dos Deputados
O ex-deputado federal Nárcio Rodrigues (PSDB) – Foto: Brizza Cavalcante/ Câmara dos Deputados

O ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Nárcio Rodrigues e mais 13 pessoas se tornaram réus sob acusação de fraude em licitação, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e por supostamente tentarem atrapalhar a investigação criminal. Rodrigues é pai do deputado federal tucano Caio Narcio (PSDB-MG), que dedicou seu voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff à honestidade do pai: “Por um Brasil aonde meu pai e meu avô diziam que decência e honestidade não era possibilidade, era obrigação. Por um Brasil aonde os brasileiros tenham decência e honestidade”. 

Nárcio Rodrigues foi  secretário de Ciência e Tecnologia na gestão do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no governo de Minas Gerais. Anastasia, que é o relator do processo de impeachment de Dilma no Senado, não é investigado, mas um de seus primos, Waldemar Anastasia Polizzi, está entre os réus.

Sete dos 15 réus estão presos há um mês, desde que foi deflagrada a Operação Aequalis, que apura um desvio de verbas públicas da Fundação Hidroex, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, entre 2012 e 2014, pasta que Nárcio comandou durante quatro anos. A fundação desenvolvia, em Frutal (no Triângulo Mineiro), um centro de pesquisas de recursos hídricos.

O Ministério Público acusa o grupo de envolvimento na construção do centro de tecnologia em 2011, que beneficiou a construtora CWP, que já pertenceu a um primo do senador Antonio Anastasia, Waldemar Anastasia Polizzi. Investigações da Promotoria e da Controladoria-Geral do Estado apontaram irregularidades na construção do Cidade das Águas e na compra de equipamentos. De acordo com os órgãos, houve desvios de R$ 8,7 milhões nas obras do centro feitas pela CWP. Nárcio Rodrigues teria recebido mais de R$ 1 milhão em propinas para financiar campanhas eleitorais em 2012.

Rodrigues alega que não foi beneficiário de propina e que não atuou na execução de obras ligadas ao Complexo das Águas. Em nota, o senador Anastasia afirmou que “defende que quaisquer denúncias devam ser rigorosamente apuradas”. 


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