Se Temer fosse inglês, alemães teriam vencido de lavada

A política econômica de Michel Temer prevê cortar gastos constitucionais para diminuir déficit fiscal - Foto: Foto: Lula Marques/AGPT
A política econômica de Michel Temer prevê cortar gastos constitucionais para diminuir déficit fiscal – Foto: Foto: Lula Marques/AGPT

 

É uma pena que essa pesquisa Ibope que mostra que a desaprovação a Temer é três vezes maior que a aprovação não tenha perguntado aos entrevistados os motivos – ou então perguntou e não foram publicados – mas não é difícil listá-los.

   Do ponto de vista pessoal, Temer não empolga. Suas expressões são contidas, introvertidas, tristes, como de alguém que está ocultando algo.

   Ele não é extrovertido e é incapaz de incutir otimismo em algum ser humano!

   E o Brasil precisa de um líder otimista!

   Não são apenas números que levantam a economia.

   Pode-se dizer qualquer coisa de Lula, mas ele sempre tem palavras que olham para o futuro com alguma esperança.

   Seus discursos são de levantar defunto.

   Temer não tem o que dizer. Seu discurso é de enterrar defunto.

   Todas as suas medidas até agora caminham para trás e para baixo: aumentou o déficit, diminuiu investimentos, demitiu, fechou ministérios, cortou direitos. Com uma só exceção: deu aumento do Bolsa Família superior ao de Dilma.

   Mas a maioria de suas ações não dá motivos para acreditar que as coisas vão melhorar.

   Ele não deu nenhum sinal de que conhece o caminho das pedras que levará à prosperidade. Todos os países em recessão saíram dela aumentando investimentos estatais para estimular a economia. Mas ele vai na contramão.

   Temer não consegue dar um passo fora do palácio, pois corre o risco de ser vaiado e escrachado.

   E nenhum presidente pode governar sem sair às ruas numa democracia.

   Temer formou um ministério de olho na aprovação do impeachment, sem atentar se os escolhidos obedeciam a critérios éticos, razão pela qual a cada dia surgem novas acusações de propina a seus aliados, sempre acompanhadas de elevados cifrões.

   E ele não demonstra a menor vontade de se livrar deles.

   Ao contrário, é solidário com eles, inclusive com o mais ficha-suja deles, a quem recebe no Palácio do Jaburu num domingo à noite, com a tranquilidade de quem recebe um amigo para uma pizza e define com adjetivos encorajadores tais como “ele é um batalhador”.

   E ainda o ajuda a escapar da cassação mais do que justificada e desejada por todos, de esquerda, de centro ou de direita.

   O mais grave de tudo é que Dilma jamais foi acusada de receber propina, tal como já aconteceu com ele, em menos de dois meses.

   Isso não tem nada a ver com interinidade, como ele alega, mas com seu estilo, com suas práticas na política e com as companhias com as quais anda.

   Se houver governo permanente será igual a esse provisório.

   O Brasil mais se envergonha de Temer do que se orgulha.

   O Brasil não trocou seis por meia dúzia; trocou seis por três.

   Se o líder da Inglaterra na Segunda Guerra fosse Temer e não Churchill, os alemães teriam vencido de lavada.

   Por 7 a 1.


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