Contra financiamento público, candidato milionário

João Doria Jr. faz seguidores pelo País - Foto: Montagem/Reprodução/Facebook
João Doria Jr. faz seguidores pelo País – Foto: Montagem/Reprodução/Facebook

Se as empresas já não podem mais financiar campanha política, que tal se os partidos elegessem empresários? Essa pode ser a tática de muitas legendas políticas na campanha municipal deste ano. A inspiração é o PSDB de São Paulo e seu candidato a prefeito, o empresário João Doria Jr.

Embora as doações de empresas estejam oficialmente proibidas, pessoas físicas podem doar até 10% de seu rendimento bruto do ano anterior e, agora, se a pessoa física for o próprio candidato, não há limite de doação.

Assim, se escolhido for rico, ele pode financiar até 100% de sua campanha e ainda terá acesso a empresários não menos ricos dispostos a fazer doações pessoais. Em São Paulo, o gasto máximo por candidato será de R$ 34 milhões no primeiro turno, uma vez que é preciso respeitar o limite de gasto máximo imposto pela nova lei, que é de até 70% das despesas da última campanha.

Em Belo Horizonte, o candidato do PSB, Paulo Brant, é executivo de uma empresa de celulose e ex-secretário de Aécio Neves (PSDB). No interior de São Paulo, a tática é a mesma, especialmente em Araçatuba e Taubaté, conta o jornal Folha de S.Paulo.

Em Salvador, um dos nomes para a vice do prefeito ACM Neto (DEM) é Guilherme Bellintani, ex-secretário da Educação e ex-presidente do Lide Bahia, organização empresarial comandada nacionalmente por Doria.

Em Campo Grande, Cláudio George Mendonça (PR) deverá se candidatar muito em razão do cacife junto a empresários, de quem é próximo graças a seu trânsito no Sebrae da região, que presidiu.

Para o cientista político Jorge Almeida, da Universidade Federal da Bahia, a corrupção no Brasil deve reduzir os investimentos por parte de empresários. “No atual cenário de escândalos, haverá um constrangimento das pessoas, mesmo as ricas, em doar uma quantia alta.”


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