O governo Michel Temer desistiu de nomear o general da reserva Sebastião Roberto Peternelli Júnior para a presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio). Indicado para o posto pelo PSC do deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), Peternelli confirmou ao jornal Folha de S.Paulo que tinha sido convidado a assumir o posto (que está vago desde o início do governo Temer) pelo partido. Ele afirmou que aceitou o convite e que só estava aguardando a confirmação de seu nome pelo governo.
Em março do ano passado, Peternelli postou em uma página na internet uma imagem em homenagem ao golpe de 1964: “52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista”, diz o texto. Após a repercussão negativa de sua postagem, Peternelli escreveu que não estava defendendo um novo golpe: “Estamos em um estado democrático e as instituições funcionam normalmente e não vejo motivos para nenhuma intervenção militar”.
Diante das reações negativas provocadas pela indicação de um apoiador do golpe ao cargo de presidente da Funai, um assessor do governo afirmou a princípio que não havia impedimento para sua nomeação, pois o general não poderia “ser penalizado por uma posição histórica”. Seu nome chegou a ser aprovado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que faz a averiguação sobre os indicados ao governo.
No final da tarde, porém, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, recuou após uma reunião com os líderes indígenas que estavam protestando na frente da sede do governo. Eles criticaram a indicação de um militar para o posto. Após o encontro, Moraes passou a dizer que o militar não assumirá o comando da autarquia. Segundo ele, “não há nenhum óbice ou veto pessoal ao nome que foi indicado pelo PSC, mas não será ele o presidente da Funai, porque estamos em negociação com outro tipo de perfil”.
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