O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está negociando a entrega de cargos na administração com outros partidos em troca do apoio à candidatura de João Doria à Prefeitura de São Paulo. O governador acredita que, se conseguir eleger o quase desconhecido Doria, ele conseguirá demonstrar força dentro do PSDB para ser escolhido o candidato do partido à Presidência em 2018.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Alckmin se dispôs a entregar uma secretaria para o PV, outra para o PP e outra para uma sigla menor. Juntando o PSDB com seus aliados PPS e PSB, o governador fechou uma coligação que dará ao menos 20 minutos na TV a Doria. O PSDB ainda negocia com o PSC e o DEM.
De acordo com a Folha, Alckmin sinalizou que o presidente do PV, José Luiz Penna, assumiria a Cultura, e o presidente estadual do PHS, Laércio Benko, ficaria no Turismo. Ricardo Salles, do PP, ficaria com o Meio Ambiente. O presidente estadual do PMB, Jaime Fusco, poderia ser adjunto de Benko no Turismo.
A articulação de Alckmin visou evitar que legendas como PMB ou PV apoiassem o PSD do vereador Andrea Matarazzo. Ligado ao ministro José Serra, Matarazzo poderia tirar votos importantes de Doria, como aconteceu em 2008 com o próprio Alckmin: ele saiu candidato a prefeito paulistano pelo PSDB, mas boa parte do eleitorado tucano votou no então prefeito Gilberto Kassab (hoje no PSD). A manobra de Alckmin também visa evitar que essas siglas menores apoiem o PMDB da senadora Marta Suplicy.
A campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad calcula ter cerca de 21 minutos de tempo de TV no horário eleitoral gratuito. Além do PT, o prefeito deve ter o apoio de PDT, PC do B, PR e Pros. A equipe de Alckmin prefere que a campanha fique polarizada entre PSDB e PT, pois isso aumentaria as chances de vitória de seu candidato.
O governo Alckmin e o pré-candidato João Doria negaram a troca de cargos por alianças. O pré-candidato diz que se coliga por questão “programática”. Alckmin, em nota, disse que “não existe qualquer relação entre a administração pública e a lógica eleitoral. A escolha de secretários obedece única e exclusivamente a critérios técnicos voltados ao interesse público”.
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