“EUA não reconhecerão governo Temer enquanto Dilma puder voltar”, diz Peter Hakim

Dilma Rousseff durante encontro com Barack Obama, no Panamá - Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Dilma Rousseff durante encontro com Barack Obama, no Panamá – Foto: Ricardo Stuckert/ PR

As relações entre Brasil e Estados Unidos estão congeladas e não devem aquecer enquanto a crise política se mantiver no Brasil, mesmo depois de o Senado decidir o destino da presidenta afastada, Dilma Rousseff.

A opinião é do presidente emérito do Diálogo Interamericano, em Washington, Peter Hakim, em análise para o jornal Folha de S.Paulo. Segundo o especialista, “é improvável que os EUA reconheçam o governo Michel Temer enquanto Rousseff tiver alguma chance de voltar ao poder”.

Para Hakim, “Washington quer ficar longe das lutas políticas internas do Brasil”, mesmo após a questão do impeachment ser resolvida. “Os EUA podem manter a cautela em se alinharem de forma estreita com um governo brasileiro de legitimidade duvidosa, seja ele encabeçada por Temer ou por Rousseff.”

Se, por um lado, Temer subiu ao poder de forma polêmica e é reconhecido por seu gabinete “branco e masculino”, por outro, Dilma também não goza de aprovação popular. “Por ora, o Brasil não é um lugar convidativo para um grande compromisso dos EUA”, escreve.

A cooperação pode até ser retomada, mas vai depender de um presidente legítimo e aceito pela população. “Infelizmente para ambos os países, para isso pode ser necessário esperar as eleições em 2018.”


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