Muitas gerações passaram pelos balcões da Casa Godinho desde a sua fundação em 1888, no antigo Largo da Sé, onde funcionou até 1929. Clientes como Assis Chateaubriand, Adhemar de Barros e Jânio Quadros costumavam frequentar o local. Em dezembro de 2012 a mercearia tornou-se o primeiro bem imaterial registrado em São Paulo pelo Conpresp (Conselho Municipal do Patrimônio).
Em 1954 a Casa Godinho abriu uma filial na Rua Líbero Badaró, no piso térreo do edifício Sampaio Moreira, onde está até hoje. Porém, após a década de 1960, a popularização dos mercados e do autoatendimento ameaçavam os antigos empórios, que buscavam maneiras de se reinventar, modernizando o estabelecimento, atendimento ou produtos oferecidos.
Mantendo-se no centro, a Casa Godinho enfrentou a concorrência dos supermercados preservando seu charme de época. Com um ambiente digno de “viagem no tempo”, ainda estão lá as prateleiras de imbuia, os pisos de ladrilho hidráulico, os temperos e especiarias a granel e, é claro, o atendimento no balcão, que aproxima o vendedor do cliente. A casa até hoje é famosa pelo seu bacalhau, pela macia empadinha de palmito e também oferece uma variedade de vinhos, nacionais e importados.
O Edifício Sampaio Moreira passa por reformas em sua estrutura para abrigar a Secretaria Municipal de Cultura, mas a Casa Godinho continua, e continuará funcionando no mesmo endereço.
A mercearia foi o tema de pesquisa de doutorado da historiadora Silvia Soler Bianchi, autora do livro “Casa Godinho: um lugar de memória na cidade de São Paulo”, lançado no último sábado (2.jul.2016) na própria mercearia.
SERVIÇO:
Casa Godinho
Rua Libero Badaró, 340 – Centro
Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 7h às 19h. Não abre aos finais de semana.
Casa Godinho: Um lugar de memória na cidade de São Paulo (2015). Silvia Soler Bianchi. Editora: Mackenzie. 192 págs.
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