Um dos pilares do governo de Michel Temer na Câmara dos Deputados, o chamado centrão (bloco de parlamentares conservadores de partidos pequenos e médios) está prestes a causar problemas ao presidente interino. O grupo ficou insatisfeito com a manobra do Planalto, que teria desviado os votos do PR prometidos para o deputado Rogério Russo (PSD-DF) na disputa pela presidência da Casa. Boa parte dos votos a Rosso terminou na “urna” de Rodrigo Maia (DEM-RJ), o vencedor da disputa.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o grupo ameça derrotar a principal bandeira do interino: a PEC 241/2016, que pretende mexer na Constituição para limitar os gastos públicos em diversas áreas, incluindo saúde e educação. A ideia é juntar os 170 votos do “centrão” com os 78 da esquerda derrotada, número suficiente para barrar o projeto.
Centrão
Composto por deputados de 12 partidos, o “centrão” constitui hoje a principal base de sustentação do governo Michel Temer no Congresso. O bloco começou a surgir durante a campanha do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidir a Câmara, em 2015.
A força do bloco ficou clara quando o presidente interino tentou nomear o próprio Rodrigo Maia como líder do governo na Casa com o apoio do PSDB e do PPS. O centrão reagiu, e Temer recuou, indicando o candidato preferido do centrão: André Moura (PSC-SE), um dos principais aliados de Cunha na Casa.
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