“Não existem homofóbicos entre héteros absolutos”, diz psicanalista

Homofobia está na moda? Ilustração: Murillo Chibana/Divulgação
Homofobia está na moda? Ilustração: Murillo Chibana/Divulgação

A palavra “homofobia” nem deveria se referir ao ódio contra gays. Sua tradução do grego é “medo de iguais”, apenas isso, explica o psicanalista Francisco Daudt em artigo para o jornal Folha de S.Paulo. Para o especialista, o preconceito contra homossexuais se deve à formação da identidade masculina desde a infância e ao horror ao diferente, presente, principalmente, em quem não é um heterossexual verdadeiramente convicto.

Daudt explica que a rejeição aos gays começa com a rejeição ao feminino, quando os meninos se juntam em um clube do Bolinha em que “menina não entra”. “Quem se comportar ‘diferente’ vai ser chamado de ‘mulherzinha’, ‘mariquinha’. Veja bem: não é ‘viadinho’. Não, o errado é parecer menina.”

Com o tempo, a relação de fidelidade entre os homens aumenta, um “amor silencioso” que só muda no “pileque”: “Aí seus afetos tornam-se explícitos e sentimentais”. No restante do tempo, os amigos vivem se patrulhando.

Para o psicanalista, “existem 50 tons de cinza” entre um hétero absoluto e um gay absoluto. “De modo que não é incomum um hétero entrar em crise com sua identidade masculina” depois de tamanha patrulha quanto a qualquer atração “incorreta”: “Essa é a hora da ameaça, véspera do ódio. Como um islâmico inseguro de sua fé, que precisa matar os infiéis por isso, o ‘abalado’ sai à caça do seu novo inimigo: está inaugurado o homofóbico perigoso”, diz.

Continua o estudioso: “Ele quer matar fora algo que mora dentro de si: a suspeita de amor ‘errado’, capaz de destruí-lo como o ‘homem’ que ele se concebeu ser. É quando homofobia retorna ao seu sentido original: medo de iguais. Pois não existem homofóbicos entre héteros absolutos. Eles não estão nem aí…”


Comentários

31 respostas para ““Não existem homofóbicos entre héteros absolutos”, diz psicanalista”

  1. Avatar de Silva Filho
    Silva Filho

    revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/04/homofobia-pode-ser-reacao-de-desejo-retraido-pelo-mesmo-sexo-diz-estudo

  2. Ponto de vista errôneo, absurdo. E nos países onde mais de 80%, 90% de seu povo é homofóbico, estes 80%, 90% são gays enrustidos?
    E as mais de 40% de mulheres desses países, também são “gays enrustidos”?
    A homofobia é então antropofagia de gays?
    Pesquisa anticientífica, burra, e muito provavelmente feita por “cientistas” financiados por grupos religiosos. Ainda há muito isso nos EUA e em muitas partes do mundo. Um absurdo imputar a homofobia a gays. Não vemos falando que racistas são “negros enrustidos”, ou que machistas são “mulheres enrustidas”. Agora ver jornais e sites reproduzindo estes estudos homofóbicos, melhor, gayfóbicos, é mato.
    Há gays que reproduzem a homofobia, que tem homofobia internalizada, isso é obvio. Vivemos em uma sociedade homofóbica, machista. Mas quem criou e mantém a homofobia são homens e mulheres heterossexuais, em sua imensa maioria, em sua quase totalidade. Gays e lésbicas que reproduzem homofobia são vítimas também da homofobia criada e mantida por heterossexuais, que são privilegiados por ela.

  3. Avatar de Jess Dagostin
    Jess Dagostin

    discordo totalmente, dizer que todo homofóbico é gay é jogar a culpa, o problema para as próprias vitimas, é dizer “nós heteros nao temos culpa de vcs gays sofrerem, afinal quem é homofóbico é o próprio gay, e eu sou hetero” . rs Tem sim muitos casos de pessoas que nao aceitam o que sentem e o que são, e por isso tentam reprimir isso machucando os outros, porém homofobia nao é somente isso, ela vem de todos os lados e de todas as formas. vem tanto de heteros qquanto de gays.

    1. Avatar de Kaléo Leitholdt
      Kaléo Leitholdt

      Sim, seria se fosse. Mas ele não diz que todo homofóbico é gay. Diz que há questões muito mais pessoais para o exagero, para a convicção arraigada numa ideia, no caso, a constante incitação sobre os homossexuais.
      Uma coisa é passar por um casal homossexual e dizer/pensar “que estranho”, e logo construir novos pensamentos, como “que dia bom é esse para passear”.
      Outra é observar o casal e dizer/pensar “mas que porcaria. Que diabo é isso? Que coisa mais horrorosa, pelo amor de deus!!!”

      É esse o sentido da construção psicanalítica sobre este assunto.

      1. Avatar de Daniel Rodrigues
        Daniel Rodrigues

        “Mas ele não diz que todo homofóbico é gay. ”

        Sim, ele diz. Está perfeitamente claro isso. Ressalte-se a ignorância de não saber distinguir de hierarquia de gênero e hierarquia de sexualidade desse “psicanalista”. Era de se esperar, já que ele não tem a capacidade de entender o conceito de homofobia.

        1. Avatar de Kaléo Leitholdt
          Kaléo Leitholdt

          Realmente, ele não diz. Ele diz que há motivações muito mais intrincadas com a pessoa. É possível que, com uma boa análise (mesmo que não com psicanálise), a pessoa possa então melhor orientar o que pensa sobre si, sobre o que sinta e saiba sobre sua sexualidade. Então, ela de fato assume questões que nunca foram pensadas, podendo viver com tranquilidade com o que os outros fazem de seus corpos sem que isso seja um peso à sua consciência. Isso é Psicanálise.

  4. Avatar de Pedro Silva
    Pedro Silva

    O islâmico que mata infiéis só está fazendo o que o alcorão manda. Ele não é inseguro de sua fé coisa nenhuma. Essa “tese” é só é uma forma mais enfeitada de dizer o que todo gay frustrado que não aguenta nenhuma crítica diz: “vc não me aceita como sou por que vc é um incubado, homofóbico”. Não passam de um bando de imaturos idiotas que querem que todo mundo seja diferente para que eles se sintam melhores.

    1. Avatar de Kaléo Leitholdt
      Kaléo Leitholdt

      Não só faz o que o alcorão manda/incita, mas interpreta isso à sua maneira!
      Só uma pequena parcela dos Islâmicos seguem essa tendência terrorista. A questão é, como é a construção de seus pensamentos para interpretarem o alcorão desta maneira?

      1. Avatar de Rafael Massoni
        Rafael Massoni

        Essa historinha de “minoria radical” por parte dos islâmicos já foi mais do que refutada. Existem diversas pesquisas que provam isso, demonstrando que o que os “radicais” pregam é basicamente o mesmo que os moderados. E qualquer um que já tiver feito um estudo do alcorão sabe o porquê disso, o que você claramente não o fez. O alcorão literalmente ordena a perseguição e execução dos “incrédulos”, como ordena a prática também de diversas outras atrocidades, portanto, o fato deles perseguirem e matarem homossexuais não têm absolutamente nada a ver com sua própria sexualidade, e sim com as leis que eles seguem.

        1. Avatar de Kaléo Leitholdt
          Kaléo Leitholdt

          Exato, o alcorão manda matar e atrocidar, assim como Jesus não veio trazer a paz, mas a espada. Portanto, terei de pegar no fio da navalha e passar no pescoço das pessoas que eu ver!

          Conheço uma mulher que estuda o Hebraico. Segundo ela, em nenhum momento há distinção entre ciência e religião na obra do Pentateuco, pois o que se quer dizer com “num princípio, Deus criou o céu e a terra”, não é uma obra científica, mas mais filosófica ou poética. Segundo ela, o autor brinca o tempo todo com as palavras (em Hebraico), e é um grande equívoco interpretá-la literalmente.

          Então, nesses textos todos, mais antigos, os autores se referiam o tempo todo a figuras de metáfora. A bíblia está carregada delas, nos fazendo pensar ser um povo com alta compreensão metafórica mas, não a tem usado em certos casos (como nós, Brasileiros)! Têm interpretado segundo suas próprias convicções. É nesse sentido que se pode dizer “eles fazem o que o Alcorão lhes pede”. Na verdade, fazem “segundo sua interpretação do Alcorão lhes pede!”

          Mais uma vez, há fenômenos culturais que se transversalizam com os de ordem “psicológica” (que nasce no seio cultural, na mediação entre eu e outro, pequenas estruturas e macro estruturas). Portanto, é difícil pensar que a própria sexualidade deles não esteja em jogo, se a sexualidade não é apenas prática de sexo, mas diz respeito ao corpo, à forma como nos portamos ou comportamos. Diz mais respeito à “identidade” (forma como me ponho, sabendo dela ou não) do que um sentimento, uma ideia vaga ou inata. Essa é a forma com que o Islamismo radical tem pregado (e matado), e com certeza o “ódio ao diferente”, ou intolerância, é uma característica comum. De certo, no meio em que vivem, pode ser tão naturalizado que não o pode perceber uma pessoa acostumada à sua cultura sobre os
          diferentes pólos possíveis.

          1. Avatar de Rafael Massoni
            Rafael Massoni

            Agora não sei se você está sendo ignorante ou desonesto, ao afirmar: “Exato, o alcorão manda matar e atrocidar, assim como Jesus não veio trazer a paz, mas a espada. Portanto,
            terei de pegar no fio da navalha e passar no pescoço das pessoas que eu ver!”

            Jesus neste trecho, ele continua falando o seguinte:

            “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que
            a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á. Mateus 10:34-39”

            E sobre o mesmo assunto:

            “Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já no presente, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna” (Mc.10:29-30).”

            E também Lc 12 49-53 fala sobre o mesmo assunto. E devido a evidente objetividade do texto, é um consenso
            em qualquer teologia cristã (seja católica, protestante arminiana, calvinista, etc), que esta passagem está ensinando que a Fé Cristã está acima de qualquer laço e ligação, e até mesmo acima do laço familiar, podendo
            causar divisão e discussão, porque a tendência do mundo seria de rejeitar o Evangelho, portanto, ao seguir e cumprir a vontade de Cristo, o cristão deveria se necessário romper qualquer vínculo no mundo. E o texto não deixa margem para nenhuma outra interpretação, e exatamente por isso que tal consenso existe, o que demonstra toda falsidade do seu discurso relativista barato. Somente alguém que sequer leu o trecho até o final e que desconhece absolutamente todo o resto da Bíblia para achar que esse trecho poderia de alguma forma estar fazendo apologia a alguma violência física!! Afinal, Cristo a respeito deste assunto de violência física, afirma:

            “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos
            caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, não lhe negues também a túnica.” Lucas 6.27-29

            E sobre o Islamismo, também não há espaço para relativismos, pois o próprio Alcorão afirma:

            1 – “E quando vos enfrentardes com os incrédulos, (em batalha), golpeai-lhes os pescoços, até que os tenhais
            dominado, e tomai (os sobreviventes) como prisioneiros.” – Alcorão 47:4
            2 – “Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. … E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos.” – Alcorão 2:191,193
            3 – “Também vos está vedado desposar as mulheres casadas, salvo as que tendes à mão. Tal é a lei que
            Deus vos impõe.” – Alcorão 2:24
            4 – “Infundiremos terror nos corações dos incrédulos, por terem atribuído parceiros a Deus, sem que Ele lhes tivesse conferido autoridade alguma para isso.” – Alcorão 3:151
            5 – “Está-vos prescrita a luta (pela causa de Deus), embora o repudieis. É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial” – Alcorão 2:216

            Diferentemente do cristianismo, a violência e as crueldades fazem parte da fé islâmica de forma objetiva e literal, portanto, não cabe a interpretação de ninguém, mas sim da
            simples leitura e prática dos textos sagrados. Logo, da mesma forma que se um cristão que pratica violência a inocentes é um apostata de sua fé, o islâmico que deixa de praticar essa violência que é o apostata.

            E é óbvio que a Bíblia não é um livro de escritos científicos, e qualquer um sabe disso, pois não é este seu propósito, e as metáforas presentes nas Escrituras são todas claras e explicadas pelos próprios textos, para que ninguém que esteja bem intencionado entenda da maneira incorreta.

            E ainda, muçulmanos perseguem e matam todo tipo de incrédulo e pecador, seja cristão, judeu, pagão, ateu, adúltero, homossexual, etc. sem fazer absolutamente nenhuma discriminação entre os grupos, simplesmente pelo fato de estarem cumprindo as ordenanças de sua fé. E o propósito desses ataques não é um mero “ódio ao diferente”, mas o que eles buscam, é de simplesmente implementar a fé e lei islâmica em todo o mundo!

            Agora da próxima vez que for falar sobre algum assunto, estude o mínimo para ao menos saber o básico, para não desperdiçar o tempo dos outros com seus imensos erros.

          2. Avatar de Kaléo Leitholdt
            Kaléo Leitholdt

            É impossível pensar que a Bíblia deixa tudo claro. Como havia mencionado em outro comentário, lemos conforme nossa forma de ser, nossa visão, nossa construção sócio-histórica (da grande e pequena história de nossa pequenina vida). Como sabe, temos muitas igrejas, credos religiosos que se dizem cristãos e usam o mesmo livro. Inclusive, a “fé católica e cristã” foi responsável por grandes atos de crueldade na história. Contra os pagãos, muçulmanos, hereges, e tudo aquilo que contrariava sua vontade política de poder. Por fim, as perseguições às bruxas. Naturalmente, a história mostra que um texto pode ser recrutado pela nossa consciência de diferentes maneiras!

            Pessoas compravam terrenos no paraíso, e ainda hoje compram. Conseguem encontrar passagem bíblica para isso. Se essas palavras de Jesus são as que menos margem para interpretação errônea deixam (embora já tenha visto muita interpretação dela diferente – pela construção de cada um), é certo que os livros sagrados, científicos ou textos de internet possuem vasta interpretação! Afinal, é constante da palavra (ou traço significante) ser interpretado de várias maneiras diferentes.

            Portanto, o mais provável é considerar que na “fé” (euforia) com que foram os homens-terror construídos, conseguiram justificativas nas palavras do Alcorão que, como diz, são bem explícitas. Mas nem todos os Islamitas matam pessoas de outras crenças. Considero ainda que seja uma minoria. Assim como na polícia podem haver pessoas que se “valham da justiça” pra fazer valer suas pulsões mais
            arcaicas, também o substrato cultural com que a pessoa cresça pode ser um prato cheio para suas pregações. Ao se referir ao “incrédulo”, à crença DIFERENTE, as palavras do Alcorão e interpretação dos homens (homens masculinos – não os humanos) se rejubilam com a possibilidade de estarem em seus grupos e, regidos por uma espécie de lei, atrasarem tudo que lhes é diferente. Realmente, mostrou novamente o ódio ao diferente, por parecer difícil ser tolerante, quanto mais sentir indiferença em assuntos bem resolvidos.

  5. Avatar de Fábio Alves
    Fábio Alves

    Essa tese já tem mais de 17 anos que foi lançada baseada em pesquisas científicas e até hoje não foi refutada. Cada vez mais certeza de que pessoas homofóbicas não são héteros — não de verdade.

    1. Avatar de Rafael Massoni
      Rafael Massoni

      Então busque imediatamente um neurologista, pois sua doença é grave. Para começar, esse texto fantasioso não se passa de pregação ideológica, fundamentada em cima de conceitos pseudocientíficos e puro marxismo cultural travestido de ciência. O texto busca apenas colocar qualquer um que se oponha à pregação marxista (no caso através da militância gay) como um suposto fraco ou inseguro. Somente uma pessoa com sérios problemas mentais para acreditar nessa merda.

      1. Avatar de Kaléo Leitholdt
        Kaléo Leitholdt

        O texto não propõe isso que você diz, mas que o asco sentido por qualquer pessoa sobre alguma coisa possui fundamentos bem diferentes do que ela apregoa. No caso, uma pessoa que esteja feliz e firme na sua identidade, não precisa asseverá-la por meio do ataque ao diferente.

        1. Avatar de Daniel Rodrigues
          Daniel Rodrigues

          “uma pessoa que esteja feliz e firme na sua identidade, não precisa asseverá-la por meio do ataque ao diferente.”

          Não é o que acontece quando existe uma cultura macro, transcultural e transhistórica de repulsa a esse diferente. É incrível como é raso o “debate” sobre homofobia. Fico na dúvida se é proposital ou uma enorme ignorância.

          1. Avatar de Kaléo Leitholdt
            Kaléo Leitholdt

            De fato, a personalidade não é criada sozinha, alienada das forças sociais, e este debate é, de fato também, social. Descrevemos particularidades da “Psiquê” (forma de interpretar o mundo de acordo com cada singularidade) para ressaltar que aspectos esse mesmo social influencia a pessoa em seu modo de “mundar”, ou viver no mundo.
            Por isso, Freud descreve o aparelho psíquico em Id e Ego, mais fundamentalmente (acrescentando o Super Ego). O Ego nasce das pulsões mais primárias, infantis, arcaicas da espécie em seus ritmos biológicos, transculturais que nos dão emoções básicas que busca satisfação (desejo). Porém, é na realidade, junto do “princípio de realidade” que o Ego se torna, se forma. Por isso, quando falamos de Psiquê, falamos de Singularidade que se relaciona com esse mesmo social, com essas mesmas forças históricas.

            É bem verdade que as forças históricas produzem essas pessoas alienadas (e não alienadas, também). Tudo que existe, existe nesse mesmo social, e quanto mais a pessoa se destaca dele, mais singular se torna, sem que fuja dele. Se torna mais ela, mais senhora de si, sem precisar remontar a uma ideologia única sobre seu destino, sem precisar dar de si a outrem (mecanismo básico da alienação. Não é marxismo. Hegel fala disso antes!). Por isso, quando se diz que a pessoa não precisa asseverar sua própria identidade pelo ataque ao diferente, dizemos que ela se encontra satisfeita consigo, pois consegue mediar estas mesmas pulsões com a sociedade. Ela se encontra íntegra, ela mesma. Não precisa fazer parte de grupos pelo simples fato de fazer, ter que tomar uma cerveja porque todos bebem (e ela mesma, não gosta). Não é necessário fazer-se de machão, cuspir no chão, pois percebe que a masculinidade e ser ela mesma não estão nestas “Representações Sociais” que nos fazem engolir. Você está certo quanto a cultura macro, transcultural e trans-histórica. Porém, é exatamente nesse contexto que a “Psiquê” (uma palavra pra dizer “Singularidade) se forma, e por isso, mais que seguir a onda desses movimentos transculturais como marionetes, devemos mais ainda, reforçar nossa própria integridade.
            Sem que para isso avancemos o terreno do outro. Isso, aliás, é o exercício pleno do Direito, que se inicia com o Respeito (e educação).

        2. Avatar de Rafael Massoni
          Rafael Massoni

          Isso é a interpretação superficial que uma vítima da alienação Gramsciana tem do texto. Se este fosse o caso, o simples medo do diferente por parte de inseguros como sua interpretação supõe, o conceito teria de ser aplicado também ao repúdio à pedofilia, pois então, segundo a sua interpretação da lógica do texto, a repulsa que a sociedade tem da pedofilia se deveria ao fato deste comportamento ser diferente, e portanto, os pedofilos enrustidos seriam os responsáveis por tal repúdio. Mas não é o caso, o texto primeiramente generaliza todos aqueles que não defendam a pratica homossexual como um “homofóbico”, ou seja, ou agressor, simplesmente demonizando todo aquele que possua opinião diferente da sua, e ainda faz o apelo infantil de buscar acusar o índividuo que pense diferente a respeito deste comportamento como um suposto enrustido, e tudo isso com base em conceitos puramente ideológicos, como por exemplo a falsa ideia da homossexualidade ser uma caracteristica inexorável à identidade da pessoa, como a existência de um suposto ódio pelos opressores (não defensores do homossexualismo) contra os oprimidos (homossexuais), etc. É simplesmente uma aplicação do conceito do marxismo cultural, e nada além disso, pesquise um pouco sobre como Gramsci defendia a introdução de uma revolução passiva e como Marcuse desenvolveu a ideia do marxismo cultural, que você entedenrá apenas um pouquinho da origem de tudo que você acredita e pensa.

          1. Avatar de Kaléo Leitholdt
            Kaléo Leitholdt

            Acredito que aqui há umpequeno equívoco. É grande a diferença entre medo e sentimento que se aproxima da fobia. Como eu havia dito em outro comentário (que responderam), uma coisa é passar pelo diferente e achar estranho, comentar, e seguir sua rotina. Outra, bem diferente, é quando esse mesmo diferente martela a atenção da pessoa. Para cada situação, há uma pregação, um prego, um parafuso, uma chave de fenda. Mas a constante geral da
            psicologia (muitas, não todas) é essa: “o repúdio ao diferente pode ter bases bem enraizadas na personalidade. E muitas características podem ser da pessoa que sente o desconforto, posto que ela e quem sente”.

            Esta ideia não nasceu porque o psicanalista pensou isso numa tarde de domingo, mas as pessoas que vão à análise acabam por denunciar. Falam mais que o cotidiano que se acostumam, pois é parte da psicanálise a Associação Livre (ao perceber uma associação do pensamento, transmitir ao
            terapeuta/analista).

            Nesse caso, ao se remeter às questões homossexuais, questões como forma de assimilar os papeis masculino/feminino (gênero) são levadas em conta, trazendo características muito pessoais. É isso que é aflorado ao
            observar esse mesmo diferente (características singulares).

            De alguma forma, todos somos diferentes e percebemos muita diferença pelo cotidiano. Vemos carros diferentes, filmes diferentes, pessoas diferentes. Mas algumas causam essa “repulsa”, esse “asco”. Nesse sentido, é melhor a pessoa procurar ajuda, se este asco se perpetua por muito tempo.

            No caso de isto vir a se tornar ainda mais intenso (Homo Fobia, ou o “medo ao diferente”, em direção à homossexualidade), então temos outro quadro, que não é o mesmo que olhar algo estranho, diferente, se essa estranheza “tirar o pé do chão”. Talvez os pés já não se firmassem demais no solo!

            Esse mecanismo é básico. Se alguém atenta a crença de alguém que está certa de sua posição, esta não se indignará. Mas, se estiver certa, logo pode haver confronto e discussão! Quando estamos certos de nossa
            posição, não precisamos mostrá-la aos outros na busca da
            confirmação do que acreditamos. Então acontece um posicionamento neurotizado que tem raiz nesse mesmo medo além do medo (fobia).

            É possível ter medo de aranhas. Nada mais natural, já que elas tem veneno. A pessoa segura, pode olhá-la de longe, sabendo que o animal (ou aracnídeo) não irá lhe incomodar nem picar. Porém, há pessoas que não podem ver sequer uma foto da aranha! Quanto menos, tocar nesta foto. É como se tocasse a própria aranha. Já não é mais medo, mas sim,
            uma resposta “super aumentada” deste medo (fobia). Então, ela precisa de ajuda (se acreditar que isso lhe traz prejuízos, ou por querer se conhecer melhor). Portanto, temos vários níveis de percepções. No caso, sobre diferentes intensidades de medo ou emoções que pareçam similares, (mas não são).

            É possível sim não querer ter amigos homossexuais, por estes, de repente, poderem confundir as amizades. É possível mantê-los à distância, pelo fato de não querer estar com eles, assim como não se quer estar com uma pessoa que não se gosta. Tudo isso é bem diferente da revolta
            sentida em relação a eles. É possível (posição do texto), que
            essa revolta surja da própria estruturação da personalidade, na afirmação do próprio papel do masculino ou feminino, tendo raízes que o psicanalista tratou de mostrar. Não é só ele que diz isso, boa parte da psicanálise e de outras terapias psicológicas. Às vezes com nomes diferentes. Por isso, o texto não menciona que “quem não defende o homossexualismo é homofóbico”. É posição conhecida na psicanálise e psicologia, em geral.

            Com certeza, o atentado às crianças (nós, na infância) é algo vil. Atenta contra a inocência. Além, uma inocência que já vivemos! É certo que várias barbaridades e atrocidades acontecem por aí, também envolvendo crianças e isso não desperte sentimento similar (não era pra ser??).
            Sob vários aspectos, as pessoas ligam ou gostam de atordoar-se com aquilo que parece corromper mais. Portanto, um furto envolvendo a tomada de um celular pode merecer o discurso “essa pessoa tem que morrer!”. Puro ato ideológico comprado da televisão, da mídia (que investe em tráfico, morte e guerra em cada cartaz de cinema!).
            Não percebe essa pessoa que um despolítico da própria cidade pode tomar milhares de reais sem que ela perceba (cobraram 30.000 reais de calçamento numa cidade próxima. Alguns moradores pagaram muito menos, nas mesmas condições do prédio). Critica-se o que se vê e mantém muitas pessoas um posicionamento que desconfio se tem a ver com justiça, ou mera agitação desordenada. Falam em educação, mas ensinam a criança a mentir quando veem a polícia, por exemplo (quando no banco da frente). Falam que a cultura estrangeira é melhor, mas ultrapassam pelo acostamento. Descumprem regras básicas de convivência e, se puderem, dão rasteira sem que seja visto. Portanto, parece que algumas coisas são muito destacadas, outras nem tanto. Desconfio se o que se super destaca seja mesmo algo tão legítimo ou uma agitação pra dizer “eu sou politizado”, “eu me importo”. Diferente é dizer, ser, agir, etc..

            Curiosa sua colocação, pois os criminosos do tráfico, do roubo e afins, não “perdoam” atentados contra a mulher e crianças. Chegam a executar as pessoas assim na cadeia, não sem antes sofrerem estas os rituais similares. Com certeza, não estão motivados por justiça, pois se o fosse, não estariam criminosos!

            Assim como é diferente o medo da aranha para o pavor (fobia) dela, ou de sua imagem, também há construções que merecem maior atenção quanto às questões sociais, como o sentimento diante de crimes envolvendo crianças. Acredito mesmo que haja uma coisa maior que um sentimento que nos oriente, e nos dê senso de justiça. Acredito, ainda, que ela é responsável pelos maiores saltos da humanidade. Porém, para que este sentimento (ou sensação) seja legítimo, tem que estar e passar pelo crivo de uma razão, ou ponderação. Assim como podemos sentir fome, amor, carinho e saudade, nós também podemos direcionar essas potências. Imagino que o que sentimos em relação ao atentado às crianças deva se traduzir muito mais em esforços de buscar suas causas para que não ocorram mais (esse sim, o verdadeiro senso de justiça). É a força revolucionária (se preferir) de transformação, onde transformarmos aquilo que pensamos e o que a sociedade pensa ou produz. Isso é chamado Pulsão de Vida, em psicanálise, pois nos orienta à mudança, ao aprendizado, à renovação.

            Porém, sem cunho filosófico ou cuidado, esta dimensão se perde e se esvai. Então tudo que se tem é debate. Não o debate politizado, mas o debate da pessoa que mexe pés e pernas sem direção. Mesmo questões tão mais complexas como a que apontou, merecem toda a investigação para compreendermos os mecanismos (análise) presentes, sociais, singulares, e outros tantos. Talvez, as questões complexas são as que mais necessitam de cuidado, às vezes, por parecerem óbvias demais.

            Por tudo isso, o texto não diz que quem não defende a homossexualidade seja homofóbico. Aliás, propõe que quem não seja homofóbico, trate a questão com muito mais tranquilidade do que quem tenha questões outras sobre isso. Diferença é uma coisa. Medo e pavor (à fobia), em seus níveis diferentes, também é outra!

            Também não disse que o homossexualismo é “inexorável á identidade da pessoa”, porquanto ele mesmo busca explorar o nascimento disso (lembra que ele diz sobre o “clube do bolinha”?) como fenômeno cultural.

            Não é conceito de Marx. Em boa parte da obra Freudiana, não encontro Marx, senão pelas interpretações e visões nossas, pois ambos os autores podem ser lidos em conjunto com muita facilidade. Porém, muita gente há que não defenda teorias marxistas e produzem essas mesmas concepções dentro da ciência (Psicologia).

          2. Avatar de Rafael Massoni
            Rafael Massoni

            Que bela demonstração de ignorância, escreveu um livro para simplesmente divagar sobre os mesmos erros já propostos pelo texto. Entenda que, repetir e discursar sobre uma mentira não a torna verdadeira.

            O próprio termo homofobia sequer originou-se do “medo do diferente” como a etimologia da palavra supostamente indicaria, mas foi artificialmente criado em 1972 a pedido de um grupo ativista radical gay e esquerdista, o Gay Activists Alliance “GAA” (o que deixa claro o explícito teor ideológico por trás de todo esse movimento), com o intuito único de se referir ao repúdio e ódio aos gays, que seria a causa dos supostos atos de opressão e agressões aos homossexuais! E essa teoria foi uma forma de ataque ao que a as associações de psicologia (como a APA) naquele momento oficialmente defendia, de que o homossexualismo era considerado uma doença mental, invertendo os pontos, afirmando que a doença seria na verdade esse suposto ódio que haveria contra os homossexuais.

            E ainda, essa “condição” psicológica proposta não possui nenhuma base científica para sustentação e muito menos qualquer chance de comprovação, e até mesmo
            muitos apologistas gays concordam com isso, pois consiste somente de teorias e ideias que estão principalmente fundamentadas em cima de conceitos totalmente
            ideológicos e filosóficos, o que nem de longe basta para atingir os critérios para ser considerada como de fato um conceito científico.

            E quando avaliamos os casos reais de violência e morte de gays, que ao menos indicaria a possibilidade de avaliar
            essa tal condição de “homofobia”, percebemos que não somente os casos comprovados de agressão a homossexuais por razão de homofobia são praticamente
            nulos, como os homossexuais são assassinados em uma taxa absurdamente MENOR do que os héteros! Enquanto em 2014 a taxa de héteros mortos foi de 34 por 100000
            hab. enquanto a taxa de homossexuais foi de 1.8 por 100000 hab! Isso significa que os homossexuais estão 18
            vezes menos propensos a serem assassinados que héteros! Fora que, uma boa parcela dessa violência parte dos próprios companheiros das vítimas e de outros homossexuais. E aonde fica a tal “homofobia” da
            população? Afinal, estatisticamente falando, é mais fácil ser agredido e morto se a pessoa for heterossexual do que se for homossexual. O que não deixa dúvidas quanto a falsidade dessas teorias fantasiosas e pseudocientíficas, na
            qual não passa de uma forma de discurso que busca justificar um ativismo de cunho político, no intuito de calar e atacar seus opositores, que inclusive um apologista gay Richard Norton chega a afirmar que: “Com muita frequência, a palavra ‘homofobia’ é apenas uma metáfora política usada para punir.”

            E o texto ao falar sobre o clube do bolinha, ele se refere ao nascimento da homofobia, e não do homossexualismo! Afirmando literalmente “Daudt explica que a rejeição aos gays começa com a rejeição ao feminino(…)”. Pressupondo que essa sexualidade já estaria inerente a identidade desde a infância, o que daria margem ao surgimento da homofobia nesses héteros parciais (o que ele se refere aos 50 tons de cinza).

            E para finalizar, eu me referi claramente ao marxismo cultural, que resumindo da maneira mais breve possível, na crise do marxismo no inicio do séc. XX, pela falta de uma classe revolucionária, por razão de que os proletários haviam ficado satisfeitos com a eficiência do capitalismo, o Gramsci propõe uma solução, a infiltração cultural e revolução de dentro para fora, a revolução passiva. E ao fundarem a Escola de Frankfurt, a mesma passou a dedicar a desenvolver essa subversão cultural, desenvolvendo a Teoria Critica, que serviu de base para que posteriormente Herbert Marcuse finalizasse o método, recrutando novas classes revolucionárias por meio da manipulação cultural, a classe das minorias. Ele então caracterizou todas as supostas minorias como vitimas (homossexuais, mulheres, negros, etc.) e todos que não fizessem parte do grupo, ou não o defendessem, seus opressores e agressores, e assim que essa luta de classes transcrita em termos culturais tomou tamanha proporção, que serviu de fundamento para o que conhecemos como Politicamente Correto. E com base nessa cosmovisão, que todos esses movimentos tomaram a forma que conhecemos, e que então buscaram calar todos que se opusessem a tais ativismos (gays, feministas…) por meio das acusações de homofóbicos, machistas e racistas.

            Tudo isso não passa de uma estratégia política, e que você caiu direitinho.

          3. Avatar de Kaléo Leitholdt
            Kaléo Leitholdt

            Não é possível que eu tenha caído direitinho numa armadilha que foi construída postumamente em relação às teorias que dão origem a uma pequena premissa: “o que rejeitamos dentro, expomos para fora”. Herbert Marcuse ainda estava longe de ser a junção de dois componentes femininos e masculinos quando estes pensamentos já existiam, por isso, cair direitinho ou de forma errônea numa armadilha ainda não criada, é de fato, uma consideração muito curiosa quanto às questões temporais.

            Não repeti discursos, mas tais palavras abrangeram considerações maiores. Também dizer “você está errado”, não torna os próprios argumentos verdadeiros, muito menos considerações sobre a pouca abrangência que o interlocutor possa oferecer. Enfim, vamos lá!

            De fato, o psicanalista não se propõe à revolução dos termos da palavra, mas usou a consideração da linguagem (radical acrescentado) para melhor compreensão do que expõe. Bem pensado, tais termos significam (pois estou lendo meus pensamentos por esse viés – significação) “medo do igual”, quando na realidade, “medo ao diferente” seria ainda mais convidativo. Ele não entra no mérito de discursar a palavra como engano. Similar efeito aconteceu na física, quando descobriram que o átomo é dividido (e muito), e nada indivisível. Considerei o que meus professores falaram “se enganaram ao pensar o átomo como indivisível, de modo que a palavra átomo não reflete sua realidade”.

            Retomar a palavra, novamente, é melhor nos orientarmos quanto ao que pensamos. Ele não propõe uma “reforma terminológica”, mas apenas traça considerações. Aliás, a psicanálise faz isso o tempo todo.

            Note bem: enquanto em 1972 haviam estas manifestações culturais (e científicas, que nascem da cultura), já em 1900 Freud traçava as considerações da Psicanálise, nascidas ainda no século retrasado. Freud, trazendo revoluções à sexualidade humana numa cultura engessada já faz criar as terminologias e teorias que embasam o contexto psicanalítico (que o escritor do texto defendeu, ponderou, considerou).
            Independentemente de Marcuse, ou de Marx. A psicanálise não segue as diretrizes da psicologia, e, menos ainda em outros países. Ela nasce independente dos estudos sobre o comportamento, sobre os reflexos e sobre as áreas corticais, muito embora, Freud nunca tenha negado e se oposto a este norte. Apenas partia de considerações clínicas (psico analíticas). Então, por mais que se queira tratar de outras revoluções culturais, com nomes de autores muito bem consagrados (pelo que concordo), a psicanálise e este viés de que “O que está dentro, é lançado para fora, na tentativa de melhor elaboração”, já existia há muito tempo. Mais de meio século em relação a 1972.

            Claro que a “voz de ciência” oficializada, não admitia os achados de Freud e, a bem da verdade, ele pouco se importava, pois a voz de ciência não é neutra, mas carregada de ideologia!

            Pode considerar não cientificidade na experiência de alguns cientistas. Outros cientistas, consideram verdadeiras estas assertivas. Assim como as próprias teorias da Física encontram opositores aqui e ali. Os dados existem. Como eles se processam, é uma outra coisa! E é aí que a ciência começa. Não na constatação “empírica”, mas nas formulações dos processos pelos quais tais dados se apresentaram ao leitor, que lerá de acordo
            com seu cabedal de informações e, naturalmente, interpretará à sua maneira. Por tanto, a ciência como algo “neutro”, é uma grande negação! A ciência não é neutra, pois a pessoa de ciência não pode ver nada com neutralidade. Como ouvi outro dia, neutro só detergente, e olhe lá!

            Por isso, a consideração psicanalítica não é neutralidade, da pessoa que não é “homofóbica” (ou palavra que melhor aceite), mas indiferença. Muitas coisas passam por nossa percepção, e somos indiferentes. Fazemos as leituras que fazemos, sem necessariamente considerar tudo o possível. Não há espaço para tanta informação! Por isso, as interpretações de textos “sagrados” também são visões
            possíveis (isso é coisa para sua outra postagem). Note também que a indiferença é deste “a mais” sentido. Perceber o diferente, ponderá-lo, considerá-lo, é dádiva divina, conquanto nos colocamos e aprendemos a nos colocar em relação ao outro. Quando extrapola este conhecer, e temos uma rejeição permanente, constante, então temos um caso mais complicado, merecendo atenção clínico-terapêutica!

            São bons dados numéricos (estatísticos) os seus, embora não considerem a rejeição do ser diferente (“homofobia”). Sabe que ainda há a violência contra afrodescendentes, nem por isso eles são mortos por isso. Pessoas transsexuais dificilmente serão contratadas para caixas de
            supermercado, ou áreas em que apareçam. São “diferentes” demais! Outro dia, uma rede de televisão local noticiou uma pequena experiência. Não sei quão sério eles levam, vi por passagem, pois não assisto televisão. Mostrou duas meninas de 5 anos numa praça, ao lado de um chafariz. Uma era negra, e outra loira. A menina negra
            foi deixada sozinha, com um microfone escondido, sendo filmada à distância. Depois de uma hora, aproximadamente, uma casal perguntou se ela precisava de ajuda, pois estava sozinha. O casal era negro.

            A menina loira foi deixada sozinha, num outro momento. Não passavam cinco minutos sem que a bajulassem: “meu deus! Uma menina perdida! Onde estão teus pais?”. Logo que conversavam com as pessoas sobre a experiência
            (se as pessoas notam a criança sozinha), repetiam a experiência. Por fim, até a polícia ou guarda municipal esteve presente. A loira foi um destaque!

            Então, as estatísticas de morte não são necessariamente dados ou considerações sobre homofobia, ou “preconceito”. Estas atingem sim, picos mais altos ou não, de acordo com a cultura, com aspectos vários, sem que necessariamente, que o fim de sua vida seja levado a
            efeito.

            No meio militar, onde trabalho, basta que alguém se refira a um homossexual na corporação. É motivo de “deus do céu”, e indignação por parte de todos. A homofobia, como qualquer fobia, não precisa necessariamente ser o ataque explícito. Basta ignorar (diferente de indiferença quanto à condição).

      2. Avatar de Silva Filho
        Silva Filho

        “Puro marxismo cultural travestido de ciência”. Que idiotice é essa? Os marxistas tratavam o homossexualismo como “doença ocidental capitalista”, “doença da burguesia”, etc. Não viaje, cara…

  6. Avatar de Daniel Rodrigues
    Daniel Rodrigues

    Um comentário de um pesquisador – esse sim, sério e bem intencionado – a respeito desse artigo patético :

    “Saiu na Folha de São Paulo artigo de opinião do psicanalista Francisco Daudt sobre homofobia, mais um desserviço político.
    Daudt reforça o senso comum que culpabiliza a comunidade gay pela homofobia e promove uma série de equívocos baseando-se em pseudociência e interpretação equivocada do termo ”homofobia”.
    Afirma ele que não existem heterossexuais homofóbicos e que todo homofóbico é de fato ”gay enrustido”.
    Declara, sem conhecimento algum da história do termo ”homofobia”, que o mesmo significa ”medo de iguais”.
    Quando George Weinberg criou essa palavra ele queria simplesmente sugerir que ”homofobia é o medo de HOMOSSEXUAIS”. O sufixo ”homo” é indicativo de ”homossexuais”,pelo amor de Antinoo.
    Até para a burrice deve existir algum limite.
    Toda a ”análise” do psicanalista se apoia no senso comum. Ele mergulha dentro de um poço cheio de clichês; ”homofobia é a rejeição do feminino”, ”O homofóbico quer matar algo que está dentro de si”.
    Só faltou as impagáveis e freudianas ”ausência do pai” e ”mãe opressora”.
    Homofobia, conforme Daniel Borrillo apontou, é o resultado de uma hierarquia entre sexualidades. Se há hierarquia, há um que detém o poder e um que é subalterno. A sexualidade que detém o poder é hegemônica e oprime os gays; a cultura, a religião e as instituições não enaltecem a heterossexualidade à toa.
    É absurdo pensar que é a própria homossexualidade que produz a homofobia; a implicação direta disso é de que esta sexualidade é autofágica e ”intrinsecamente” desordenada,como ensina o catecismo da Igreja cristã.
    Não por acaso o psicanalista reitera no texto que heterossexuais legítimos ”não estão nem aí” para os gays; em outras palavras, que a heteronormatividade não é problemática, que a discriminação e violência contra gays não é coisa relacionada aos heterossexuais e sua cultura.”

    1. Homofóbico?
      🙂

    2. Avatar de Michel Moreno
      Michel Moreno

      não existem héteros absolutos…

    3. Saia do armário, seja feliz!

      1. Avatar de Daniel Rodrigues
        Daniel Rodrigues

        Você é louco rapaz? Não fale asneiras sem saber das coisas.

    4. Avatar de Gloria Gomes
      Gloria Gomes

      Por que essa revolta com o artigo?

    5. Avatar de Kaléo Leitholdt
      Kaléo Leitholdt

      A homofobia como rejeição do feminino é citado como forma da construção do sujeito homofóbico. Não há “pseudociência” nas palavras do psicanalista.
      A questão é… se não está contente com algo, porque a exasperação?
      Diferente da pessoa que, embora não se identifique com alguma coisa não se apurrinha com aquilo (indiferença), o homofóbico faz questão de chamar às suas conversas questões homossexuais.
      O homem psicanalista trata de colocar a construção dessa pessoa, e constrói por meio da palavra Homo novas relações mais próximas da realidade.
      Com certeza, foi construída a palavra por engano, como átomo foi construído por engano (embora a física não tenha reconstruída a palavra, houve grande discussão em torno dela). Perceber as palavras é uma forma de melhor sabermos o que comunicar.

      1. Avatar de Daniel Rodrigues
        Daniel Rodrigues

        O que você diz faz tanto sentido quanto o discurso inútil, irresponsável e desonesto do “psicanalista”. Ele fala de homofobia sem saber o que é homofobia, sem saber sua gênese, sua dinâmica e história. É um aburdo falar em “relações mais próximas da realidade”, pois o seu discurso e o desse charlatão não poderiam estar mais distantes da realidade que envolve a homofobia.

        E o homofóbico não necessariamente chama as suas conversas questões homossexuais e muito comumente apenas manifesta essa homofobia quando essa questão aparece, e ela necessariamente aparece para todos, haja visto que é uma questão social ampla. A homofobia é um viés social previamente estabelecido que é onipresente nas relações sociais. O termo homofobia não foi criado por engano. Um engano é esse “psicanalista” abrir a boca para falar idiotices infundadas.

        1. Avatar de Kaléo Leitholdt
          Kaléo Leitholdt

          As conversas sexuais são “ahá! Gosta de pegar numa banana, não é?”…
          “ihhh, esse negócio de vir por trás, sei não, heim”.. E de outras envergaduras semelhantes. O Homofóbico, com certeza, não mostra sua homofobia ou fobia ao diferente por aí, mas mostra discursos sexualizados. Aliás, não só ele, várias pessoas entre homens, principalmente, aderem a esses discursos tendo sempre o sexo do outro na cabeça.

          O homem não é charlatão, pois fala o que é comum na psicologia e psicanálise (em linhas gerais). A palavra Charlatão, por mais equívoco que pudesse existir, não cabe a ele. Por isso, ao nos remetermos à palavra, estamos estabelecendo o vínculo do que nos faz pensar com o que falamos e produzimos como som (palavra)! Ele sabe falar, com as palavras (aliás, é dádiva da psicanálise nos munir com a significação, além do “significado
          da palavra”). Naturalmente, é a homofobia um viés social e
          previamente estabelecido. Mas foi estabelecido e continua sendo, por pessoas, por motivações várias e algumas outras. É questão ampla mas, deve ser olhado com atenção, para que não se misturem várias epistemologias numa só caixa e se faça uma colcha de retalhos (que não agasalha nem esquenta).

          Foi criado por engano, imagino, já que a gênese da criação de palavras em português e em vários idiomas não é essa. Não significa “erro”. Existe o prefixo, o radical, e estes já tem uma carga semântica. Mas o que propõe o psicanalista não é a extinção da palavra! Sugerir uma atenção demasiada nesse ponto, pode ser encobrir o resto (o colunista que contrapôs sua argumentação). Posso falar, se alguém me diz “sou teu comandante. Mando em você”: “pois não. Você não manda. Você co-manda. Mandar é de uma significação. Ao acrescentarmos o prefixo “com”, você manda em partes, mas compartilhando conosco, que ajudamos a mandar – orientar”.

          Isso porque nós vamos até a significação das palavras pra melhor saber o que falamos, o que dizemos. Ao percebermos que homo é ‘igual’, repensamos que a sensação, a significação sentida é “medo (fobia) ao
          diferente”, nos fazendo pensar o que de fato essa diferença possui como característica tão marcante que merece tanta atenção de pessoas que estão homofóbicas. Diferente é medo de fobia e, ainda, pensar o diferente de maneira mais natural, ainda que essa surja como impacto (o que não é mais rejeição, preconceito, fobia).

          Ele sabe sua gênese, imagino. Já que atende diversos casos em diferentes contextos. Aliás, a sexualidade está muito presente no cotidiano, como nessas conversas um tanto estranhas (há de convir) que apontei. “pegou o que eu disse?”…”hmmm, pegou heim?.. “””hehehe””””.

          Sinceramente, é muita homossexualidade presente no cotidiano de machão.

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