Desde a última quarta-feira (13), foram registrados 21 ataques a policiais militares, delegacias, ônibus e à sede da guarda municipal em Fortaleza (CE). Seis pessoas ficaram feridas, dentre elas três policiais militares. Um deles morreu. Entre sexta-feira (15) e domingo (17) foram registrados 39 assassinatos no Estado, numa média de 13 por dia. Em condições normais, a média costuma ser de duas pessoas assassinadas por dia.
A Secretaria da Segurança Pública do Ceará afirma que os ataques foram ordenados de dentro de penitenciárias da Grande Fortaleza após uma apreensão de 504 celulares em poder dos presos. Em nota, o governo diz que os ataques são uma represália “ao trabalho que vem sendo feito nas unidades prisionais, como vistorias, apreensões de celulares e transferências de presos mais perigosos para presídios federais”.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Andrade Júnior, 30 pessoas foram identificadas como mandantes ou autoras dos ataques e 8 suspeitos já foram presos. No sábado, o governador Camilo Santana (PT) criou uma delegacia de combate ao crime organizado, para investigar ações ordenadas a partir de presídios.
O delegado confirmou que as facções criminosas que atuam nos presídios participaram dos atentados: “Observa-se que facções, historicamente inimigas, aqui no Ceará resolveram se irmanar”, explicou, citando que as siglas como CV (Comando Vermelho) e PCC (Primeiro Comando da Capital) teriam integrantes também no Estado.
Esta é a terceira onda de ataques a prédios públicos no Ceará desde o início deste ano. Em março, bandidos atacaram com tiros delegacias, ônibus e a sede da Secretaria da Justiça e Cidadania, responsável pela administração do sistema carcerário. Em abril, cerca de 13 kg de explosivos foram localizados perto do prédio da Assembleia Legislativa. Há suspeita de que a iniciativa tenha partido de dentro de presídios estaduais em retaliação à aprovação de projeto de lei que determinava a instalação de bloqueadores de celular nos presídios cearenses.
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