Empresário que deve R$ 7 bilhões à União deixa diretoria da Fiesp

Pato da Fiesp em frente ao Congresso Nacional - Foto: José Cruz / Agência Brasil
Pato da Fiesp em frente ao Congresso Nacional – Foto: José Cruz / Agência Brasil

O empresário Laodse de Abreu Duarte decidiu renunciar ao cargo de diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) depois que o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem na segunda-feira (18) na qual revelou que ele é o maior devedor da União entre as pessoas físicas. Sua dívida, de R$ 6,9 bilhões, é maior do que a dos governos da Bahia, de Pernambuco e de outros 16 Estados individualmente.

Laodse já foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária, mas recorreu. Além de Laodse, dois de seus irmãos aparecem no topo do ranking dos devedores: Luiz Lian e Luce Cleo, ambos com dívidas superiores a R$ 6,6 bilhões. Ainda de acordo com o jornal, um terceiro irmão de Laodse, Lívio Canuto de Abreu Duarte, também aparece na lista de devedores, com R$ 3 milhões. Lívio também foi dono de uma offshore num paraíso fiscal, segundo os Panamá Papers: era sócio da Oil Midwest LTD, empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas pela firma Mossack Fonseca.

A divulgação da lista de devedores provocou constrangimento na Fiesp, que recentemente fez a campanha “Chega de pagar o pato”. A entidade mantém sigilo sobre os custos da campanha, que, como afirma o jornal Folha de S.Paulo, foi em parte financiada com recursos públicos provenientes da Contribuição Sindical Patronal. O pato usado na campanha foi, segundo o artista plástico holandês Florentijn Hofman, plagiado de sua obra Rubber Duck, exposta em São Paulo em 2008. A Fiesp nega.

Em nota, a Fiesp disse que, “da mesma forma como condena a excessiva carga tributária do país, é intransigente no combate à sonegação e à corrupção”. Sobre a presença de um empresário condenado à prisão em seu quadro de dirigentes, a entidade disse que Duarte era apenas um “diretor não remunerado e voluntário” e que ele ainda “está contestando os débitos na Justiça”. A nota da entidade afirma também que “a Fiesp não faz pré-julgamentos sobre casos que estão na esfera judicial”. 

Laodse disse ao Estado que sua condenação ainda não foi julgada em segunda instância, “o que torna precipitado qualquer conclusão ou juízo”.


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