Embaixador do Comitê Paralímpico desdenha “atrasados mentais”

Os presidentes do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e do Comitê Internacional, Philip Craven, apresentam a Arena do Futuro - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Os presidentes do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e do Comitê Internacional, Philip Craven, apresentam a Arena do Futuro – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Ao anunciar a convocação de 278 atletas para os Jogos Paralímpicos da Rio 2016, o Comitê Paralímpico Brasileiro apresentou também os novos “embaixadores” do Movimento Paralímpico: os atores Cleo Pires e Paulo Vilhena e o empresário José Victor Oliva. Entrevistado pelo jornalista Adriano Wilkson do portal UOL, Oliva se definiu como “um coxinha”.

“Eu sou o próprio coxinha”, disse Oliva. Como assim, perguntou o repórter? “Coxinha, o próprio. Aquele que o filho da p… do Lula diz que é o coxinha: o cara que tem um negócio, paga imposto, gera emprego. Tenho muito orgulho de ter sido parte da classe média, a mesma classe média que a [filósofa] Marilena Chaui diz que é a vergonha do país. Eu acho que a classe média é a salvação do país”, disse o empresário:  “Estou cagando para o Lula”.

O perfil de José Victor no Instagram está cheio de mensagens contra o PT. Em uma postagem ele chama a presidenta Dilma Rousseff de “anta atrasada mental”. Apesar disso, o Comitê Paralímpico, que trabalha com atletas com todos os tipos de deficiência, aparentemente não vê problemas em nomear embaixadores que pensam dessa forma.

Oliva ficou conhecido como o “rei da noite paulistana” por ter sido dono de mais de dez casas noturnas e restaurantes. Hoje controla empresas de produção de eventos e marketing e negociar cavalo. Seu filho João Victor Oliva será um dos cavaleiros do time brasileiro de hipismo na Rio-2016, na modalidade adestramento. O campeão olímpico dos saltos em Atenas-2004, Rodrigo Pessoa, foi deixado na reserva na equipe de saltos.

Ao falar de seu filho João Victor, o empresário afirmou que é  um “pai coruja”. Segundo ele, o filho largou tudo no Brasil para viver numa cidade “de 200 pessoas na Alemanha”:  “Lá estão os melhores da modalidade dele, e ele quer ser o melhor. Ninguém trabalha mais e merece mais isso do que ele”, disse Oliva, que ajuda o filho a se sustentar.


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