Depois dos protestos de estudantes secundaristas contra a reorganização escolar e o esquema de corrupção na distribuição de merendas no Estado de São Paulo, o número de grêmios estudantis estaduais cresceu 45%. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, 90% das 4.515 instituições foram eleitas pelos próprios estudantes. Em 2015, antes do início do movimento secundarista, os grêmios estavam presentes em 3.100 escolas.
A ocupação de mais de 200 instituições da rede pública paulista por secundaristas veio em reação ao projeto de reorganização proposto pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que prometia fechar 94 unidades no que ele chamou de “reorganização escolar”. Em dezembro do ano passado, o projeto foi suspenso após as primeiras ocupações.
Os protestos voltaram com força após a descoberta de um esquema de desvios de merenda escolar. O grupo, então, passou a pedir a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa (Alesp) que investigasse um esquema milionário que envolveu até secretários do governo.
Segundo a Polícia Civil, as fraudes, ocorridas entre 2013 e 2015, chegam a R$ 7 milhões, dos quais R$ 700 mil foram destinados ao pagamento de propina. A pressão dos estudantes surtiu efeito: resultou na abertura da CPI, mas poucos acreditam na condenação dos suspeitos, como o próprio presidente da Alesp, o tucano Fernando Capez.
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