Durou pouco a lua de mel do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com congressistas, auxiliares do governo interino e até com o mercado financeiro. Enquanto as reformas liberais prometidas por ele não saem do papel e irritam empresários, parlamentares criticam a atuação do ministro em negociações na Câmara dos Deputados.
Meirelles desagradou auxiliares de Temer e políticos nas últimas semanas ao insistir, durante as negociações, que o Congresso deveria vetar o reajuste de servidores públicos por dois anos como parte do pacote econômico que pretende estabelecer um teto para conter os gastos públicos.
Perdeu a queda de braço e a chuva de críticas começou, obrigando Temer a sair em defesa do ministro, considerado a principal vitrine da austeridade econômica defendida por ele. “Quero desmentir assessores da minha equipe que tenham essa avaliação”, disse o peemedebista. “Tudo foi discutido e acertado como próprio Meirelles, de que era possível retirar esse trecho.”
Para esses auxiliares, no entanto, a insistência do ministro em manter o veto lhe trouxe muito desgaste ao ponto de por em risco a aprovação do projeto.
Calma lá
As razões para fritarem Meirelles, no entanto, podem ser outras. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, “palacianos querem Meirelles suficientemente forte para dar sustentação ao interino, mas não tão forte a ponto de parecer mais poderoso que o presidente”.
A fragilização do ministro, no entanto, pode naufragar não apenas as suas possíveis pretensões à Presidência como deve levar “o próprio governo [interino] a reboque”.
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