44 senadores declaram voto pelo impeachment; Dilma cai com 54 votos

Julgamento do processo de Impeachment de Dilma Rousseff  - Foto: Marri Nogueira/Agência Senado (segunda-feira 29/08 – tarde)
Julgamento do processo de Impeachment de Dilma Rousseff – Foto: Marri Nogueira/Agência Senado (segunda-feira 29/08 – tarde)

Embora aliados e opositores da presidenta afastada, Dilma Rousseff, contem como certa a perda do mandato pela petista, apenas 44 senadores declaram voto pelo impeachment após 12 horas de discursos que marcaram a penúltima fase do julgamento. Para que Dilma deixe a presidência, são necessários 54 votos, enquanto ela precisa de 28 senadores a seu lado para se manter no cargo. Apenas 18 fizeram isso durante toda a terça-feira (30).

Os senadores retomam nesta quarta-feira (31), a partir das 11h, a sessão final para votação do processo. A reunião começará com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, que conduz os trabalhos no Senado, apresentando uma síntese das alegações finais de acusação e defesa.

Em seguida, ele responderá a algumas questões de ordem que podem ser apresentadas pelos senadores ou pelos advogados. Uma das questões será em relação à pergunta que será feita aos senadores no momento de votar. Está previsto que Lewandowski faça a seguinte pergunta: “Cometeu a acusada, a senhora presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto à instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhe são imputados, e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo de oito anos?”.

A defesa, no entanto, deve questionar se a condenação da presidenta vai implicar necessariamente e automaticamente a perda dos direitos políticos por oito anos, ou se será o caso de fazer essa pergunta separadamente para uma nova votação. Lewandowski deverá responder unilateralmente a essa e a qualquer outra questão que seja colocada, bem como a pedidos de votação em destaque que sejam apresentados. Suas decisões não poderão ser objeto de recurso ao plenário.

Concluídas essas preliminares, o presidente designará dois senadores favoráveis e dois contrários para fazerem o encaminhamento da votação por cinco minutos cada. Em seguida, será feita a pergunta e aberto o painel para a votação dos senadores. Os 54 votos necessários para a cassação equivalem à maioria qualificada, ou dois terços dos 81 senadores.

Embora a votação seja aberta, ela será eletrônica, no painel, e não haverá chamada nominal para que os senadores pronunciem seus votos oralmente. Depois que todos tiverem votado, o magistrado abrirá o painel e o resultado será divulgado. Ele lavrará a sentença na mesma hora e todos os senadores serão convidados a assinar. Na sequência, será publicada a resolução.

Se a presidenta for condenada, ela será imediatamente notificada, bem como o presidente interino Michel Temer. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deverá então convocar uma sessão do Congresso Nacional para o mesmo dia, a ser realizada na Câmara dos Deputados, para dar posse a Temer.

*Com Agência Brasil


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