Enquanto o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowiski, decide sobre os detalhes da votação do impeachment no Senado, a presidenta afastada Dilma Rousseff está reunida com aliados no Palácio do Alvorada, onde acompanha o último dia do julgamento.
Do lado de fora, militantes de movimentos sociais e entidades populares – sobretudo mulheres – cantam para a presidenta, entoam palavras de ordem e se solidarizam pelo seu possível impedimento. “Acho que essa batalha vamos perder. Em termos. Porque vamos continuar na luta”, afirma Zuleika Fischer, 72 anos, 52 como militante.
Para ela, que combateu a ditadura, a classe pobre vai sofrer muito, especialmente pela perda de direitos trabalhistas. As mulheres que acompanharam Dilma durante todo o processo de impeachment buscam forças no discurso de defesa da presidenta, que aconteceu na segunda-feira (29), quando foi inquirida pelos senadores.
“Dilma teve uma coragem extrema. O discurso dela foi arrebatador. Quem ainda estava de alguma forma acomodado, sobretudo as mulheres, se ergueu”, avalia a feminista Maria Ricardina Almeida. “Foi um discurso que tocou fundo na nossa alma. Podemos tirar do sofrimento que estamos vivendo a nossa força. Temos que ter uma paciência histórica.”
Após a votação, o presidente interino, Michel Temer, e a presidenta eleita receberão notificações sobre o resultado. Ambos devem fazer pronunciamentos à nação.
Deixe um comentário