A economia brasileira seguiu em recessão no segundo trimestre deste ano: o PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção do país, teve uma queda de 0,6% no segundo trimestre quando comparado aos três meses anteriores. Foi a maior retração verificada entre os principais países do mundo. Além do Brasil, só Chile e México encolheram no segundo trimestre (o primeiro caiu 0,4%, e o segundo, 0,2%).
Foi o sexto trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência pela atual série histórica das Contas Nacionais, do IBGE, iniciada em 1996. Os resultados ruins foram puxados pela retração no setor agropecuário, que registrou uma queda de 2% , e pela queda no setor de serviços (que inclui comércio e bancos), com uma retração de 0,8%. Foi a sexta retração consecutiva dos serviços, que representam mais de 60% do PIB, a mais longa sequência de contração da atual série estatística.
Apesar disso, houve pequenos sinais positivos na indústria e nos investimentos, que, após vários trimestres em queda, apresentaram um leve avanço na passagem do trimestre. O PIB da indústria cresceu 0,3% de abril a junho em relação ao primeiro trimestre do ano, após cinco trimestres consecutivos de contração. Os destaques foram as indústrias extrativas e de eletricidade, que cresceram 0,7% e 1,1%, respectivamente.
O desligamento das usinas térmicas no segundo trimestre, que começou no ano passado, reduziu o custo da energia. Também contribuiu para o resultado mais positivo a extração mineral, que teve um crescimento 0,7% frente ao três meses anteriores, embora tenha recuado 4,9% ante o segundo trimestre de 2015.
Segundo o IBGE, os investimentos cresceram puxados pela importação e produção nacional de máquinas e equipamentos, além do mercado de construção civil. Ao todo, a taxa de investimentos chegou a 16,8% no segundo trimestre deste ano. Mas, frente ao mesmo trimestre de 2015, os investimentos caíram 8,8%.
Esses sinais positivos ainda não se refletiram nos índices de emprego: segundo os dados divulgados do IBGE nesta terça-feira (30), a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho foi de 11,6%, 0,4 ponto percentual acima do trimestre anterior: foi o pior resultado da série histórica da Pnad Contínua iniciada no primeiro trimestre de 2012.
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