Não é de hoje que a América Latina tem grandes artistas. Do Uruguai, Torres Garcia abriu caminho para que gerações posteriores brilhassem, como a de Marco Maggi, artista de Montevideo que mora em Nova York, onde encontrou seu nicho internacional.
A elegância formal do minimalismo de Maggi é marcante, como já havia demonstrado na 25a Bienal de São Paulo, em 2002. Agora, ele nos surpreende com Desinformação Funcional, Desenhos em Português, composta por 13 trabalhos realizados entre 2008 e 2012. Maggi se insere entre os artistas intelectualizados que não só fazem, mas que pensam arte. Nessa mostra, ele reflete sobre a temporalidade, a poética e o devaneio.
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Suas instalações são sempre instigantes e a do Instituto Tomie Ohtake nos leva a um itinerário de 700 escalas, compostas por um conjunto de folhas de papel e incisões sutis. Pelas mãos de Maggi, o desenho assume uma outra categoria, ele transforma o gesto em uma espécie de condutor de códigos e nos introduz a uma nova forma de observar o traço, que nessa exposição é construído pelos cortes executados sobre 500 folhas emolduradas em caixas de acrílico, executados a lápis sobre azulejos de argila e a grafite sobre a folha de papel. Maggi é um artista múltiplo, mesmo quando faz apenas desenhos, porque sempre lança mão de novas estratégias e materiais diferenciados. Costuma-se dizer que quem é gravador nunca deixa de sê-lo, e isso transparece nessa mostra que é uma ode à gravura, ao desenho e à instalação.
Reconhecido internacionalmente, o trabalho de Maggi integra coleções privadas e públicas, como a do MoMA, Whitney Museum of American Art e Patricia Phelps De Cisneros Collection, todos em New York; a do Kemper Museum of Contemporary Art, em Kansas City; a do Museum of Contemporary Art, em Los Angeles; a do Museum of Fine Arts, em Boston; e a da Daros Collection Zurich, na Suíça, entre outros. Não é por acaso que o vídeo Micro & Soft on Macintosh Apple foi para Nova York e ficou onde está em exibição permanente no MoMA.
Marco Maggi: Desinformação Funcional, Desenhos em Português
Instituto Tomie Ohtake
De 7 de março a 13 de maio. Av. Faria Lima, 201
(entrada pela Rua Coropés) – Pinheiros (SP) – 11 2245-1900
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