A esquerda em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre

urnaele
Uma análise fria das eleições de SP, RJ e POA revela que o cenário para esquerda é muito parecido nas três capitais. EM São Paulo, Haddad teve 17% e Erundina 3%, totalizando 20%. No RJ, Freixo 18% e Jandira 3%, totalizando 21%. Em Porto Alegre, Raul teve 16% e Luciana 12%, totalizando 28%. Em todos os casos, a esquerda teve entre 20% e 30% dos votos no primeiro turno. Onde a direita se dividiu mais (RJ), conseguimos levar nosso candidato para o segundo turno. Onde a esquerda se dividiu mais (POA), não levamos. Por fim, onde a direita se concentrou (SP), não deu nem segundo turno.

Partimos, em nosso pior momento político dos últimos 30 anos, com um campo popular democrático de esquerda que possui entre 20% e 30% dos votos, não apenas nessas capitais, mas na maior parte do país. É pouco? Talvez, para quem se acostumou a crescer a cada eleição e ganhar posições importantes. Mas certamente está longe de ser o extermínio que alguns previam.

Em São Paulo, a bancada de vereadores de esquerda deve inclusive crescer, o que mostra que talvez a retomada deva começar pelo Legislativo. Vale lembrar que a direita avança em quase todo o mundo. Na América Latina, temos Temer, Macri e agora a Colômbia rejeitando o acordo de paz. Avança também na Europa (Brexit, crise de refugiados, Le Pen) e nos EUA (Trump).

É um momento de repensar nosso campo, nossas estratégias e nossa forma de dialogar com a parte mais carente da sociedade. De se unir e planejar os próximos 20 anos, não apenas resistindo ao avanço da direita, mas propondo uma nova utopia para uma sociedade crescentemente individualista. O desafio é grande, mas ninguém disse que seria fácil!


Comentários

Uma resposta para “A esquerda em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre”

  1. Avatar de Betina Ortiz Bruel
    Betina Ortiz Bruel

    Lembrando que no caso de Temer, PMDB – direita, estava de mãos dadas com PT desde o primeiro mandato de Dilma – PT – esquerda. Essa separação ideológica perdeu o sentido há muito tempo neste país e quem disse que um é melhor que outro? Arranjos e conchavos são feitos entre as siglas quando há poder em jogo, não importa o lado. Temos que quebrar esse padrão e desvincular a gestão pública desse jogo. A gestão pública deveria ser executada por cidadãos capacitados, que colocassem o bem comum em primeiro lugar.

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