Procuradores da Lava Jato ameaçam com renúncia coletiva

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O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol – Foto: Marcelo Camargo/ABr

Aumenta a queda-de-braço entre Legislativo e Judiciário. Procuradores da força-tarefa sediada em Curitiba anunciaram na tarde desta quarta-feira (30) que vão renunciar à investigação da Lava Jato caso emendas ao pacote de medidas anticorrupção aprovadas pela Câmara dos Deputados entrem em vigor. “A nossa proposta é renunciar coletivamente, caso essa proposta seja sancionada pelo presidente”, afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, durante entrevista coletiva.

Em votação que terminou na madrugada da quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou por 313 a 132 votos emenda ao projeto de medidas contra a corrupção que prevê a possibilidade de juízes e integrantes do Ministério Público responder por crime de abuso de autoridade. O principal argumento dos parlamentares que votaram a favor dessa emenda é de que ninguém está acima da lei.

Os procuradores da Lava Jato, por sua vez, acreditam que se trata de uma forma de minar as investigações que conduzem desde março de 2014. Um dos idealizadores do pacote apresentado à Câmara, o procurador Delton Dallagnol afirmou que as emendas aprovadas pelos parlamentares “são a favor da corrupção”. Depois de afirmar que o governo Dilma Rousseff tinha apresentado propostas muito melhores contra a corrupção, Dallagnol disse que “o objetivo é estancar a sangria”. Ele se referia a uma gravação vazada no mês passado em que o então líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) tinha citado que era preciso “estancar a sangria” provocada pela Operação Lava Jato.


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