Lula inclui fotos de Moro com Aécio em processo para afastar juiz paranaense

A defesa do ex-presidente Lula anexou nesta quarta-feira (7), a uma ação aberta contra o juiz Sérgio Moro. Fotos e registros jornalísticos em que o juiz, que é responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, aparece em eventos com políticos do PSDB na condição de homenageado. Em sete documentos, os advogados de Lula pretendem reforçar a tese de que Moro, que julga o ex-presidente em uma ação penal da Lava Jato, age de maneira tendenciosa.

Os registros anexados foram encaminhados ao desembargador federal João Pedro Gebran, titular do Tribunal Regional Federal (TRF-4) da 4ª Região. Um deles mostra Moro em um palanque ao lado do governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), em um evento de governo na capital Cuiabá. Nesse compromisso, o juiz fez discurso elogioso ao deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), que votou contra o dispositivo do pacote anticorrupção, aprovado na Câmara, que pune juízes, membros do Ministério Público e autoridades policiais por abuso de autoridade.

“Não gosto de falar mal de ninguém, mas, vendo a lista dos deputados federais deste estado, um único deputado votou contra essa emenda de criminalização de juízes. Não é política partidária. Então, vou me permitir falar bem do Nilson Leitão”, discursou Moro.

Segundo texto veiculado no site de Lula, trata-se da ação de um militante tucano. “Magistrado que julga Lula é o mesmo que é chamado para dar palestra em evento do governo do PSDB e que elogia deputado acusado de desviar dinheiro de secretaria estadual de Educação”, diz a matéria.

Em outra ocasião, Moro é homenageado em uma premiação promovida pela revista IstoÉ em São Paulo. No evento, o juiz é condecorado na categoria “Brasileiro do Ano” na categoria Justiça.

Fotos mostram momentos de descontração entre o senador Aécio Neves e Moro. Alvo de dois inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF) com base em delações da Lava Jato, Aécio trocou gargalhadas na festa da premiação com o magistrado que preside os processos da operação na Justiça Federal. Além do senador, Michel Temer e José Serra são suspeitos de envolvimento com um esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras – no caso de Serra, executivos da Odebrecht o acusaram de ter recebido R$ 23 milhões da construtora, via caixa dois em uma conta na Suíça, para a campanha de 2010, quando ele disputou a Presidência da República.


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