A epidemiologista brasileira Celina Turchi foi eleita pela revista Nature como uma das cientistas mais influentes do mundo em 2016.
Celina foi reconhecida pelo seu trabalho que descobriu a relação da microcefalia e a infecção pelo vírus Zika.
Pesquisadora da Fiocruz no estado de Pernambuco, Celina é especialista em doenças infecciosas, com mestrado pela London School of Hygiene & Tropical Medicine e doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo.
A falta de testes confiáveis sobre o vírus e nenhum consenso da comunidade em relação à definição de microcefalia foram apontados por Celina, em entrevista à “Nature”, como alguns dos principais desafios da pesquisa.
A cientista realizou uma verdadeira força-tarefa para seguir a investigação, que incluiu formar uma rede de especialistas em doenças infecciosas, pediatras, neurologistas e biólogos especializados em reprodução. A articulação foi essencial para gerar evidências suficientes que ligassem a infecção por zika e a doença no primeiro trimestre da gravidez.
Os resultados preliminares do trabalho da pesquisadora e equipe foram publicados pela revista “Lancet Infectious Diseases” em setembro deste ano.
Segundo Richard Monastersky, editor da “Nature”, a lista das dez pessoas mais influentes se baseia nos avanços revelados pelas pesquisas desenvolvidas por elas. Outros escolhidos foram a argentina Gabriela González, líder do projeto Ligo (sigla em inglês para Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), que conseguiu identificar pela primeira vez as ondas gravitacionais.
O espanhol Anglada Defendi foi reconhecido por ter descoberto um planeta parecido com a Terra próximo da estrela Alpha Centauri. O especialista em fertilidade John Zhang, responsável pela técnica de reprodução assistida que usou o DNA de três pais diferentes para gerar um bebê, também entra na lista.
Demis Hassabis, especialista em inteligência artificial e cofundador da DeepMind, foi destacado por ter desenvolvido o programa AlphaGo. A tecnologia conseguiu superar neste ano as habilidades do campeão mundial do jogo oriental milenar Go.
Alexandra Elbakyan também integra a seleta lista pelo site Sci-Hub. A cientista da informação desafiou as publicações científicas convencionais ao disponibilizar ilegalmente na internet 60 milhões de artigos.
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