Conhecida por utilizar materiais da vida cotidiana, a artista mineira Cinthia Marcelle começa o ano de 2017 recebendo grande destaque no mundo da arte. Ela apresenta a sua primeira individual em Nova York, em cartaz até 5 de março no MoMA PS1, e será a representante brasileira na 57ª edição da Bienal Internacional de Veneza, que inaugura em 13 de maio.
A artista foi escolhida por Jochen Volz, novo diretor da Pinacoteca de São Paulo e curador do pavilhão brasileiro em Veneza, e criará uma instalação especialmente comissionada para a exposição. A obra ocupará sozinha todo o espaço dedicado ao Brasil, algo que não ocorre desde 2012, quando o português Artur Barrio teve todo o espaço do país à sua disposição.
No site da Fundação Bienal, o presidente da instituição João Carlos de Figueiredo Ferraz comentou a escolha: “Veneza é uma grande vitrine para o frescor da arte brasileira. Focada no fomento da produção contemporânea, a Bienal de São Paulo pretende fazer desta uma participação memorável. O comissionamento de uma única instalação de grandes dimensões vai nesse sentido”.
Já no MoMA, ela apresenta a instalação site-specific Educação Pela Pedra, composta por 20 mil pedaços de giz fixados nas lacunas entre os tijolos da parede da instituição. Marcelle já havia trabalhado com o material e a temática da educação na instalação Sobre Este Mesmo Mundo, exposta na 29ª Bienal de São Paulo, em 2010. Ainda na mesma exposição, no subsolo do museu, ela apresenta o vídeo Leitmotiv, que assim como outras obras suas fala sobre trabalhos cotidianos, como varrer uma rua ou lavar uma casa.
Desde o início dos anos 2000, Cinthia Marcelle vem construindo sua obra com uso de suportes variados que vão da instalação à escultura, da fotografia e do vídeo à performance. Em 2006, recebeu o International Prize for Performance por seu trabalho Gray Demonstration e em 2010 foi agraciada na primeira edição do Future Generation Prize. No ano passado, a artista apresentou a exposição Trilogia no Galpão VB, em São Paulo.
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