A cerimônia de despedida do ex-presidente de Portugal Mário Soares foi marcada por discursos de autoridades que relembraram a trajetória política do histórico dirigente socialista.
No início da tarde de hoje, 10, no horário de Lisboa, os ritos começaram com a chegada do caixão carregado por militares, ao pátio interno do Mosteiro dos Jerônimos, na capital portuguesa. Mais de 500 pessoas participaram das homenagens, de acordo com a Agência Lusa.
João e Isabel Soares, filhos do ex-presidente, fizeram declarações emocionadas, ressaltando a admiração e ternura que sentiam pelo pai. Isabel lembrou os “tempos difíceis”, referindo-se à prisão, à deportação de Soares a São Tomé Príncipe, no continente africano, e depois o exílio em Paris, capital francesa. Ela frisou que “nem durante esse período” ouviu do pai uma “palavra de desalento ou desânimo”.
Discursaram também o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o atual presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que destacou que Soares “foi um homem que fez história” e merecia ser homenageado em um lugar como o Mosteiro dos Jerônimos – Mário Soares era agnóstico, por isso seu corpo não foi velado em capela e não houve missa de corpo presente.
O primeiro-ministro António Costa, que está em viagem oficial à Índia, enviou um vídeo que foi exibido na cerimônia, ressaltando a trajetória de Mário Soares.
O presidente Michel Temer participou da cerimônia ao lado do ex-presidente José Sarney. Apesar de ter embarcado para Portugal no avião presidencial com Michel Temer, na viagem que tinha como objetivo a participação no funeral de Mário Soares, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, não compareceu à cerimônia.
Estiveram presentes ainda o embaixador do Brasil em Lisboa, Luiz Alberto Figueiredo Machado, o rei Felipe VI, da Espanha, o ex-primeiro ministro francês Lionel Jospin, o presidente da Comissão Eurpeia Martin Schulz e o ex-presidente do governo expanhol e ex-líder do PSOE Felipe Gonzalez.
Temer ressaltou que Soares foi uma figura importante no cenário internacional e intensificou as relações entre Portugal e Brasil. Deu a declaração depois do encontro que teve com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo.
Mário Soares morreu na tarde do último sábado, 7 de janeiro, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, onde estava internado desde o dia 13 de dezembro.
Considerado um dos grandes nomes da democracia portuguesa, Mário Soares lutou contra a ditadura no país na década de 1970. Depois de preso, deportado e exilado, voltou a Portugal e construiu uma admirável trajetória política. Foi ministro dos negócios estrangeiros, presidente da República e primeiro-ministro. Soares também contribuiu para o processo de adesão de Portugal à União Europeia.
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