A Petrobras anunciou hoje, 11, que convidou 30 empresas estrangeiras para participarem da licitação da retomada das obras de construção civil da unidade de processamento de gás natural do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaboraí, Rio de Janeiro. A estatal lançou concorrência no valor de R$ 2 bilhões.
Segundo Pedro Parente, presidente da companhia, a Petrobras não faz distinção entre empresas nacionais e estrangeiras. No entanto, ele disse que as grandes construtoras brasileiras estão impedidas de participar da licitação em razão da operação Lava Jato.
As obras do Comperj foram interrompidas em 2015 quando a empresa Queiroz Galvão, uma das empresas alvo das investigações, que decidiu quebrar o contrato alegando que o valor acertado com a Petrobras não cobriria os custos.
“Se essas empresas não estivessem impedidas, elas estariam sendo convidadas. Agora, existe um processo onde essas empresas se habilitam novamente a participar do processo de concorrências da Petrobras”, disse Parente.
O presidente da Petrobras rebateu críticas sobre o favorecimento para empresas estrangeiras, dizendo que todas as 30 companhias têm sede no país e, segundo sua avaliação, não podem ser consideradas estrangeiras.
O engenheiro Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia, histórica instituição que agrega engenheiros e técnicos com o objetivo de discutir questões relacionadas ao desenvolvimento nacional e a capacitação técnica dos engenheiros, afirma: “O que interessa é abrir a guarda para possibilitar o controle desse petróleo por empresas privadas estrangeiras”.
Celestino, que falou com a reportagem da Brasileiros em agosto de 2015, comentou a Lava Jato, a política econômica adotada pela então presidenta Dilma Rousseff e a engenharia que, segundo ele, já sofria naquele momento dois baques ao mesmo tempo: os cortes de investimento do governo e a Lava Jato, que reforçava uma campanha de fragilização da Petrobras e de destruição da engenharia brasileira.
“Deve-se punir as empreiteiras que forem julgadas culpadas, mas sem destruí-las. A destruição das empresas significa levar para o ralo patrimônio tecnológico e gerencial acumulado ao longo dos últimos 60 anos. Significa desarticular um setor da economia essencial para a construção do Brasil e aumentar o desemprego”, afirmou.
Leia a entrevista completa aqui.
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