Lições de efeitos especiais

A notícia foi anunciada no mês passado e, antes mesmo da primeira aula, o projeto de uma nova escola de computação gráfica, já se ensaia grandiosa. Trata-se da Axis, uma parceria entre a brasileira Saga e a norte-americana Gnomon, famosa por criar artistas que alimentam as indústrias do cinema, da TV e dos games. Vai funcionar a partir de maio no número 6.331 da Avenida Santo Amaro, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul da cidade. Pela primeira vez em 15 anos, a Gnomon vai deslocar professores para aplicar seu modelo de ensino fora dos Estados Unidos. Para quem não sabe, é lá que os artistas produzem explosões, perseguições, tiroteios, criaturas estranhas e fenômenos assustadores para encantar ou assustar no cinema. E a escolha pelo Brasil não foi aleatória. “Vocês são um País grande, com uma economia que cresce. E há muitos artistas jovens. Vimos trabalhos de brasileiros com 14, 15 anos que já poderiam ser aceitos como portfólio para estudar na Gnomon”, afirma Alex Alvarez, fundador e um dos sócios da escola americana.

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Há três anos, Alvarez conheceu Alessandro Bomfim, CEO e cofundador da Saga, escola que treina jovens em programas de computação gráfica, com mais de quatro mil alunos em cinco capitais do Brasil. Foi ele quem conseguiu convencer Alvarez a prestar atenção no Brasil. “Em 2011, a Gnomon conseguiu empregar 98% de seus alunos. Com a Axis, esperamos o mesmo percentual”, diz Alvarez.

Para tanto, a Axis terá como um dos professores ninguém menos que Neville Page, que tem no currículo a criação de cenários e criaturas de grandes filmes: Avatar, Tron – o Legado e a saga Star Trek, só para citar alguns. Ele esteve em São Paulo em março, participando da segunda edição do The Union, maior evento de computação gráfica da América Latina, que aconteceu no Complexo Anhembi. “Há uma expressão americana, que diz que é preciso estar faminto para as coisas acontecerem. Mas, se você mora nos Estados Unidos, em especial na Costa Oeste, está em lugar privilegiado para trabalhar com computação gráfica. Mas, com fácil acesso, as pessoas deixaram de estar tão famintas por lá. Já aqui no Brasil, há muita fome a paixão pela computação gráfica”, diz Page.

O americano Scott Spencer, um dos mais importantes designers dos dois filmes Hobbit, que em breve chegam ao cinema, acredita que a Axis ajudará a criar um polo na América Latina. O britânico Neil Huxley, que já ensinou na Gnomon, também está otimista com a nova escola. Para ele, o Brasil tem uma larga vantagem sobre outros países emergentes porque “os brasileiros compartilham muito da memória americana.

Como acontece na Gnomon, a Axis vai comportar três tipos de cursos: fast tracks (duração de uma a quatro semanas), os master classes (especializações de três meses) e full time (dois anos). No pacote completo, o aluno vai aprender processos de criação em  computação gráfica em 3D, desde o desenho e a modelagem de criaturas até a textura, animação e iluminação da imagem.

“Queremos um profissional generalista porque a indústria que ele vai atuar é de entretenimento digital, que engloba TV, games, filmes, um leque aberto de opções”, afirma Bomfim. A seleção dos alunos para o curso de dois anos está sendo feita por meio de portfólios – já foram enviados quase 300. Ao que tudo indica, a concorrência é enorme.

Para saber mais sobre a Axis, acesse www.axis.art.br

 


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