Foto Hélio Campos Mello

A História é matéria-prima fundamental na construção de uma Nação. Para os alicerces dessa obra complexa e interminável, a preservação da memória é argamassa essencial. Há de se lembrar do que aconteceu de bom e de ruim. Ambos são ensinamentos. Erros e acertos. A História ensina como fazer e como não fazer. Aprende-se com os bons exemplos e também com os maus exemplos. 

A noite de 22 de setembro de 1977 entrou para a História como péssimo exemplo, naquela que ficou conhecida como “a invasão da PUC”. O coronel Erasmo Dias, então secretário de Segurança de São Paulo, comandou um truculento aparato militar, cuja violenta repressão contra estudantes da Pontifícia Universidade Católica resultou em vários feridos e centenas de presos. 

Também passou para a História, mas como exemplo de coragem e de luta, Nadir Kfouri, a senhora aqui retratada.

Reitora da PUC quando aconteceu a barbaridade, ela foi defender seus alunos. 
A fotografia desta página foi feita momentos antes de ela se encontrar com o coronel e, ao deixá-lo com a mão estendida, proferir a frase que entrou para a história: “Não dou a mão a assassino“. 

Seu olhar é significativo, lastreado em suas convicções, sem perder a elegância demonstra muito mais força que o policial da tropa de choque. 

Nadir Kfouri morreu aos 97 anos, no dia 13 de setembro, e entra para a história como exemplo a ser seguido.

O texto original foi publicano no editorial da Brasileiros da edição 51, de outubro de 2011.


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