O WhatsApp se prepara para um momento crucial em sua história no Brasil, um dos seus principais mercados no mundo e onde já conta com 120 milhões de usuários – o país responde por 10% da base do app, que possui cerca de 1,2 bilhão de usuários pelo mundo.
Conforme determinado há alguns meses, o futuro do app de mensagens do Facebook estará no centro de uma audiência pública do STF (Supremo Tribunal Federal) que acontece hoje e no dia 5 de junho para discutir os dispositivos do Marco Civil da Internet e os bloqueios do WhatsApp no Brasil por ordens judiciais. Estarão presentes na consulta executivos da companhia, representantes do Facebook, membros do MP e da PF e especialistas de universidades como USP e Unicamp, entre outros.
Coincidência ou não, o WhatsApp realizou nesta quarta-feira, 31/5, o seu primeiro evento para a imprensa no Brasil, em que estiveram presentes dois nomes importantes da empresa: o advogado geral do WhatsApp, Mark Kahn, e o gerente de desenvolvimento de software do WhatsApp, Ehren Kret, que discutiram temas como criptografia e privacidade.
Kahn, que estará ao lado do cofundador do aplicativo, Brian Acton, para defender o serviço durante a consulta pública do STF, afirmou que a “última coisa que a empresa quer é ver o WhatsApp bloqueado no Brasil”. O responsável pela área jurídica do serviço destacou ainda que o app não pode entregar o conteúdo das mensagens de suspeitos quando solicitado pelas autoridades já que utiliza criptografia de ponta a ponta como padrão obrigatório para todos os seus usuários espalhados por 180 países.
De acordo com Ehren Kret, o WhatsApp utiliza o protocolo Signal para criptografar as mensagens, que recebem chaves únicas de criptografia. Com isso, aponta o especialista, levaria muito tempo (muitos anos) para que os hackers conseguissem “quebrar” essas chaves, devido ao grande número de combinações possíveis.
Apesar disso, o tom do discurso do WhatsApp durante o evento foi de respeito e cooperação com as autoridades – dentro do que é possível segundo a empresa, é claro. Segundo Kahn, “as pouquíssimas informações” a que o aplicativo tem acesso já são compartilhadas com as autoridades – a lista inclui número telefone, nome de usuário, a data e o horário da última vez em que a pessoa esteve on-line no app, a primeira vez em que utilizou o serviço, o sistema operacional usado, grupos dos quais participa, entre outras.
Quando questionado sobre o que a empresa poderia fazer caso tivesse um resultado negativo sobre o funcionamento do app por aqui, Kahn diz que não queria especular sobre o assunto e lembrou que não existe nenhuma lei brasileira que torna a criptografia ilegal.
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