O advogado Carlos Nicodemos, que representa a família brasileira de Sean Goldman, afirma que se não for permitida a visitação ao menino, será aberta uma nova ação na Justiça Federal dos Estados Unidos para garantir esse direito. A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira, dia 30, em coletiva sobre a entrevista do menino à rede de TV americana NBC.
“A medida será tomada caso não se consiga obter a visitação da avó materna ao menino pelas autoridades”, disse Nicodemos que voltou a ressaltar que não há intenção, por parte da família brasileira, de pedir a guarda do menino. “Não há nenhuma pretensão de reversão da guarda que foi alcançada pelo pai, David Goldman, no Supremo Tribunal Federal. A família reclama, nesses dois anos e quatro meses (da data que Sean voltou para os Estados Unidos), o direito de visita, não só da avó, Silvana Bianchi, como dos tios, da irmã”, completou.
O advogado contesta ainda os argumentos apresentados pelas autoridades americanas para não interceder no caso. De acordo com Nicodemos, a Autoridade Central dos Estados Unidos afirma que a Convenção do Tribunal Internacional de Haia não prevê pedidos de visita por avós e que não pode tomar decisões à revelia da comarca de New Jersey, onde corre uma ação nesse sentido. O advogado criticou também a falta de apoio por parte das autoridades brasileiras no caso.
“Para nós, tudo isso contraria o princípio da reciprocidade, considerando todos os esforços feitos pelo Brasil na saída de Sean daqui. O que nos chama a atenção não é só a negativa das autoridades americanas, mas o silêncio das autoridades brasileiras. Onde fica a autoridade do Ministério das Relações Exteriores e do Itamaraty? Isso coloca o Brasil em condições de subserviência em relação aos Estados Unidos. Gostaríamos de saber o motivo que leva ao silêncio do Itamaraty e das autoridades brasileiras”, disse.
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