Diretor da FIESP defende política industrial e chama Plano ‘Brasil Maior’ de ‘tímido’

O diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Federação das Industrias do Estado de São Paulo (FIESP) José Ricardo Roriz Coelho defendeu a adoção de uma política industrial para o país em sua palestra no Seminários Brasileiros — Brasil 2020 Novos Rumos da Economia. “Estamos sofrendo uma desindustrialização precoce”, afirmou.

Segundo Coelho o país passa por um processo que normalmente só deveria acontecer com o processo de desenvolvimento consolidado e o país em situação socioeconômica mais favorável. “É comum a participação dos serviços aumentar em relação à indústria em países que ultrapassam um determinado ponto do produto interno bruto (PIB) per capita. É um processo que aconteceu no Japão, na Alemanha, nos Estados Unidos… Mas ainda é cedo para acontecer no Brasil”, garantiu

O diretor da FIESP ainda falou sobre crescimento econômico, e da importância de uma participação maior na indústria no total do PIB do país. “Japão, Malásia, Coreia do Sul e Alemanha, países que em determinado momento conseguiram dobrar seus PIB per capita em um período de 15 anos, cresceram acima da média global no período impulsionados pela indústria de transformação”, disse. “Quando o Brasil dobrou seu PIB, na década de 1970, a participação da indústria no PIB era de 30%. Na década de 1980 a participação da indústria ficou em 25%. Hoje a taxa gira em torno de 18%”.

Representando o maior sindicato patronal do país, Coelho levantou algumas bandeiras caras aos empresários, criticando a alta carga tributária do país, os juros altos e os encargos trabalhistas, e chamou de tímidas as ações do Plano “Brasil Maior”, PBM, programa que pretende impulsionar a indústria brasileira. “A presidenta Dilma [Rousseff] já se concientizou de que é preciso baixar os juros. O país hoje aplica uma taxa irreal”, afirmou. “O PBM deve acabar neutralizado pelo elevado ‘Custo Brasil’”. ‘

Coelho propôs algumas medidas, como a criação de mecanismos efetivos para reconduzir a taxa de câmbio a um nível favorável à produção industrial, a desoneração integral do investimento produtivo de tributos federais e estaduais e o incentivo à criação de linhas de financiamento no país.

 


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