Um clima de euforia toma conta do circuito das artes de São Paulo durante a SP-Arte. A galeria Luciana Brito aproveitou o momento para organizar Performances da Abstração, uma mostra internacional com curadoria da venezuelana Rina Carvajal. O conceito por ela defendido trata a performance como ação temporal, que toca em conceitos contemporâneos da arte abstrata. Por meio das obras de artistas de 14 países, é feita a interligação com a história do modernismo.
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A coletiva explora as práticas abstratas atuais, traçando caminhos específicos de interconexão, justaposição e diálogo entre gerações e tendências. Um dos propósitos da mostra é refletir a abstração sob alguns pontos de vista: como registro documental e conceitual, como experimento espaço temporal/ tridimensional e como experiência perceptiva e processo de arte.
Rina, que foi curadora convidada da 29a Bienal de São Paulo, em 2010, explica que, a partir da convergência desse grupo de 14 artistas, de distintas gerações, com práticas artísticas e sensibilidades estéticas muito amplas, a exposição busca mostrar a abstração geométrica dos anos 1970 até hoje. “Esse movimento continua renovando e produzindo novas aproximações e reinvenções em relação aos diversos contextos estéticos e sociopolíticos nos quais é praticada”, explica.
Um dos objetivos da curadora é examinar essas novas aproximações da abstração a partir de três linhas discursivas: “Como metalinguagem, como forma de exploração da natureza – história, política, legado utópico modernista, modernidade e arquitetura em culturas específicas – e, por último, como uma exploração que ‘desdesenha’ os limites entre a abstração e o documento, o passado e o futuro, fazendo-os funcionar e usando-os como polos para perceber o presente”. Essa observação está presente nas obras de David Maljkovic, Armando Andrade Tudela, Bojan Sarcevic, Mario Garcia Torres, Marine Hugonnier e Falke Pisano. Dentro da perspectiva de um movimento que está fora da moldura do quadro e ligado ao espaço da arquitetura e ao urbano que ativa novas maneiras de relação e interconexão com o corpo e com o espectador, estão as obras de Tobias Putrih, Carlos Bunga, Ernst Caramelle, Cildo Mereiles, Trisha Brown, Hreinn Fridfinnsson, Zilvinas Kempinas e, por último, como um processo temporal aberto contido nas obras de Fernanda Gomes, Ernst Caramelle e Carlos Bunga.
A coletiva provoca o diálogo entre as poéticas de artistas que têm reflexões diferentes e cujos trabalhos são desenvolvidos em pintura, desenho, colagem, vídeo e filme, projetos de som e instalações. Com eles, a abstração é abordada com procedimentos múltiplos, misturando-se nos espaços interno e externo da galeria, estabelecendo um diálogo com a arquitetura da mesma.
Rina, que tem trânsito entre curadores e artistas brasileiros, é crítica e curadora independente. Reside em Miami e, atualmente, é curadora convidada do Museo Reina Sofia, de Madri e do Instituto Moreira Salles, do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Galeria Luciana Brito
De 9/5/2012 a 30/6/2012. De terça-feira a sábado,
das 10h às 19h. Rua Gomes de Carvalho, 842, Vila Olímpia –
São Paulo – SP – (11) 3842-0634
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