Entenda o caso Julian Assange

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Julian Assange discursa na Embaixada do Equador

No último sábado, dia 25, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que deu por encerrada a crise diplomática que se instalou entre o seu país e o Reino Unido pelo asilo político concedido ao criador do site WiliLeaks, Julian Assange. Jornalista e ciberativista australiano, Assange está refugiado desde o último dia 19 de Julho na Embaixada do Equador em Londres.

Iniciada no dia 19 de julho, a crise entre os dois países culminou com a suspeita de que o Reino Unido estivesse planejando invadir a embaixada para capturar Assange na última semana. De acordo com declaração de Rafael Correa à TV equatoriana neste sábado, dia 25, o Ministério de Relações Exteriores britânico enviou um documento ao país no qual afirma que “em nenhum momento houve qualquer ameaça contra a Embaixada do Equador”. “Ainda que seja evidente que houve uma ameaça, entendemos essa comunicação como a retratação da ameaça, a qual recebemos com alegria”, disse Correa, afirmando que a questão diplomática estava resolvida.

Acusado de estupro na Suécia, para onde deve ser extraditado por decisão da corte suprema do Reino Unido, Assange é conhecido mundialmente por publicar documentos sigilosos – principalmente do governo dos Estados Unidos – em seu site WikiLeaks. Em sua defesa, o jornalista afirma ser vítima de uma conspiração internacional que visa – em última instância – julgá-lo nos Estados Unidos por espionagem, crime pelo qual pode ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte.

No dia 19 de agosto, o ciberativista fez a primeira aparição pública desde que se refugiou na Embaixada e fez um discurso no qual afirmou que os Estados Unidos devem parar de perseguir o WikiLeaks, os veículos de mídia e os indivíduos que denunciam falhas dos governos. “Peço ao presidente Obama que faça o correto, que os EUA devem renunciar a caça às bruxas sobre o WikiLeaks”, disse.

O WikiLeaks, site criado por Assange em 2006, faz parte de uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo denunciar a corrupção e as violações de direitos humanos. Pregando a transparência das ações governamentais, o grupo se dedica a divulgar informações confidenciais de diversos países, principalmente de cunho diplomático. As informações são conseguidas por meio de invasão hacker a sites de empresas e governos e por denúncias de fontes que permanecem anônimas ao público.

O site ganhou notoriedade internacional em 2010 ao divulgar um vídeo do ataque aéreo norte-americano a Bagdá durante o conflito no Iraque em 2007 que resultou na morte de 12 civis. Entre outros documentos famosos divulgados pelo WikiLeaks, estão o manual de instruções para o tratamento de detentos da prisão norte-americana de Guantánamo e o comunicado oficial da morte de milhares de civis afegãos por soldados americanos na intervenção na guerra do Afeganistão.

Na mais recente quebra de sigilo promovida pelo site, foram publicados mais de 5 milhões de e-mails secretos de uma empresa privada norte-americana que faz pesquisas de inteligência geopolítica e análise estratégica, a Stratfor. Enviados entre julho de 2004 e dezembro de 2011, os e-mails mostram como é feito o uso de “redes de informantes, estruturas de suborno, técnicas de lavagem de dinheiro e o emprego de métodos de cunho psicológico” em conflitos internacionais.

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