Nesta quinta-feira, às 15 horas, José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS) têm um encontro organizado pela Cúria Arquidiocesana de São Paulo para realizar um debate sobre os rumos que cada um pretende dar à cidade. Celso Russomanno (PRB), líder das pesquisas de intenção de voto em São Paulo, não aceitou participar.
A negativa de Russomanno se deve ao fato de que o Cardeal Arcebispo de São Paulo dom Odilo Scherer não atendeu ao pedido da coordenação de campanha do candidato que queria uma reunião entre os dois para “resolver” a crise que se instalou entre a Igreja Católica e a chapa de Russomanno na última semana.
A crise veio à público na quinta-feira, dia 13, quando a arquidiocese de São Paulo publicou uma nota de repúdio no seu site a um artigo do presidente do PRB – e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus – Marcos Pereira, relacionando a igreja católica com o material didático anti-homofobia que ficou conhecido como “kit-gay”. A arquidiocese afirmou que o artigo revelava “destempero” do ex-bispo e “cheirava à intolerância religiosa”. O artigo, escrito por Marcos Pereira em 2011 para seu blog, voltou a circular na internet na última semana.
No domingo, dia 16, o cardeal divulgou uma nota na qual repudiava práticas da campanha de Celso Russomano (PRB) à Prefeitura de São Paulo. Na nota, dom Odilo chama de “cabresto eleitoral” a atitude de alguns ministros religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus que pedem votos ao candidato do PRB durante os cultos.
“Entendemos que o voto dos cidadãos é livre e não deve ser imposto aos fiéis, como por ‘cabresto eleitoral’, pelos ministros religiosos; nem devem nossos templos e organizações religiosas ser transformados em ‘currais eleitorais’, reeditando práticas de uma política viciada, que deveriam estar superadas”, diz o arcebispo. “A manipulação e instrumentalização da religião, em função da busca do poder político, não prometem ser um bem para a sociedade e não são coerentes com os princípios da liberdade de consciência”, completa.
Dom Odilo também deixou claro que a arquidiocese orienta os seus fiéis a participarem da eleição, mas que jamais indica candidatos. “Reiteramos nossa orientação para que os fiéis católicos votem de maneira consciente, livre e responsável, e de acordo com os princípios e valores que orientam suas próprias vidas e da fé que abraçam”, afirma dom Odilo.
Leia Mais
Arcebispo de São Paulo: “Voto não deve ser imposto aos fiéis”
Deixe um comentário