Os astros que agitaram 1968

As chamadas grandes conjunções, que envolvem os planetas externos, de Júpiter a Plutão, são muito importantes para previsões astrológicas no cenário mundial. A excitante liberação cultural, social, sexual e espiritual da década de 1960 tem sua raiz astrológica numa grande conjunção entre Plutão (planeta da mudança profunda e da transformação) e Urano (planeta da ruptura e da abertura para o novo) – a única entre esses planetas no século XX. Em 1968, Júpiter (planeta da abertura e da expansão) também entra em conjunção com Plutão e Urano em Virgem – o que deu o tom transformador e libertário do período.

Em dezembro de 1968, a conjunção Urano-Júpiter, o arquétipo do rebelde da contracultura, volta a ocorrer, agora em Libra, signo ligado ao relacionamento, marcando uma virada irreversível no comportamento afetivo e sexual. Há quem diga que as principais mudanças não aconteceram nas ruas, mas dentro de casa, nos valores. A vida social tornou-se mais tolerante, a divisão de papéis entre homens e mulheres foi redefinida. Também ocorreram mudanças políticas e sociais profundas, como nos Estados Unidos, com a quebra do regime de quase apartheid e marginalização dos negros. Uma nova forma de fazer política varreu as ruas em várias partes do mundo, movida por uma explosiva e incontrolável inquietação da juventude.
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AS TONALIDADES DO MOVIMENTO EM CADA PAÍS TÊM A VER COM SEU MAPA ASTROLÓGICO

Paris, maio de 1968: é proibido proibir
O mapa astrológico da França tem como referência a queda da Bastilha em 14 de julho de 1789. Em maio de 1968, Plutão (o transformador) e Netuno (o visionário) transitam em harmonia com o Sol do país, definindo um ritmo de transformação difícil de acompanhar, com muitos sonhos sendo realizados. Urano (o revolucionário), Netuno e Plutão em harmonia com o planeta Mercúrio (a comunicação) do mapa da França garantem uma atividade intelectual ágil e ativa, novas idéias têm força de movimento, inovações de comportamento, principalmente entre os jovens.

Netuno em bom aspecto com Saturno (o estruturador) natal da França alia sensibilidade e capacidade de realização. E Saturno em trânsito em bom aspecto com Plutão natal dá a capacidade de solidificar os resultados das mudanças. O desfecho da situação, com o endurecimento do governo De Gaulle, a repressão política e o posterior apoio da população a De Gaulle nas eleições seguintes, também pode ser visível astrologicamente. O Sol progredido em mau aspecto com Netuno do mapa radical torna o país inseguro e com medo de enfrentar determinadas situações.

A Lua progredida em mau aspecto com Urano e Vênus propiciou uma sensação de desamparo e muita tensão em função das mudanças repentinas para uma parcela significativa da população. Saturno em trânsito em tensão com o Sol do país estimulou a reação conservadora. O desânimo sobreveio após a euforia dos primeiros momentos. Urano em trânsito em mau aspecto com Urano radical acentuou a tensão entre o velho e o novo, gerando conflito e rejeição às novidades por ampla parcela da população.

Brasil 1968: abaixo a ditadura
No Brasil, além de protagonizar uma mudança comportamental, a juventude enfrentava a ditadura – primeiro nas passeatas massivas, depois nos pequenos núcleos armados. Vejamos a configuração astrológica que mostra a diferença em relação à França. A conjunção entre Urano e Plutão em Virgem acontece na Casa 8 do País, ligada à morte, às perdas e às transformações. Isso explica a violenta repressão aos movimentos e o período que se inicia com o AI-5.

A conjunção de Plutão e Urano em trânsito mau aspectado com Mercúrio natal reforça a rispidez no trato com as pessoas, especialmente os jovens. Urano transitando em mau aspecto com Plutão radical contribui para as rupturas drásticas, mudanças repentinas para pior. Netuno em conjunção com o Meio do Céu (seus dirigentes, imagem pública) em tensão com o ascendente gera confusão sobre os destinos do país. No fim do ano, Urano em trânsito em tensão com Urano natal precipita o uso da violência para conter a mudança.

Mas há muitos aspectos favoráveis entre planetas em trânsito durante o ano de 1968 que explicam a explosão de criatividade e de juventude (Netuno e Mercúrio radical), o dinamismo e a impulsividade (Júpiter e Marte radical), a valorização da independência e da liberdade (Júpiter por Urano radical). A música e as artes têm grande desenvolvimento criativo (Júpiter e Netuno radical), com produções artísticas profundas e consistentes (Saturno por Vênus radical). O país vive mais aberto e intelectualmente mais criativo (Júpiter em conjunção com Sol e Mercúrio radicais).


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