Arte democrática

Fotos Georgina Garcia

Criadoras da PARTE, Tamara Perlman e Lina Wurzmann posam com a obra do sul-coreano Sang Won Sung

Leilões com ofertas milionárias, vernissages destinadas ao público de grande poder aquisitivo e obras que atingem cifras inimagináveis para o cidadão comum. Para muitos, está é a ideia que vem a cabeça quando o assunto são as artes plásticas e visuais. Já para a advogada Tamara Perlman e para a artista Lina Wurzman, a ideia foi a ignição necessária para o desenvolvimento de uma feira que primasse tanto pela qualidade quanto pelo custo reduzido.

Criada no ano passado, a feira de arte contemporânea PARTE estreou na tarde desta quarta-feira, dia 17, sua segunda edição. Sediada no Paço das Artes, na USP, em São Paulo, a feira reúne stands de 41 galerias de todo o Brasil com obras de mais de 480 artistas. Na PARTE, os fãs da arte contemporânea podem adquirir obras que atingem o valor máximo de R$ 18 mil reais. Se a cifra ainda assusta, há mais uma boa notícia para os colecionadores com pouca verba disponível. Todas as galerias oferecem 60% de suas obras por um valor abaixo de R$ 4 mil.

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Galerista de Belo Horizonte, Murilo Castro acredita que a iniciativa pode atrair novos colecionadores ao mercado da arte. “Acho que essa é uma iniciativa muito importante porque ela tira o constrangimento de quem está começando a olhar, ver todas as informações, os preços mais acessíveis. É um processo de conforto muito grande que ela traz pra quem está começando”, explica ele, que em 2011 foi o único representante de fora de São Paulo a participar da PARTE.

A opinião de Castro também é partilhada pelos próprios artistas, como o paraibano Julio Leite, cujas obras estão sendo comercializadas pela galeria Coleções. “É um start interessante que incentiva o surgimento de novos colecionadores, pessoas que futuramente possam se evidenciar na cena nacional e até mesmo internacional”, diz. Para Helen Faganello, a PARTE oferece aos artistas a chance de que sua obra atinja um novo público e desperte a atenção para este tipo de bem. “Acho que a arte é pra todo mundo, então ela tem que ter vários tipos de público e vários tipos de pessoas que podem adquirir. Alguns podem adquirir uma obra mais barata, outros uma mais cara, mas a feira ajuda a atingir um público muito maior e a chegar até lugares em que ás vezes não chegava. É uma ideia muito importante”, afirma.

Situada em plena USP, a feira deve atrair muitos jovens e estudantes até domingo, dia 21 de outubro, data de seu encerramento. Galerista da Coleções, Beatriz Yunes Guarita acredita que a escolha do local e o conceito da PARTE podem oferecer aos jovens a chance de estabelecer um contato ainda maior com as obras e aumentar o interesse da nova geração pelas artes plásticas. “Acho que qualidade não está ligada a valor, está ligada a suporte, conteúdo, ao estudo que o artista tem. Os jovens têm um grande interesse pela arte e agora começam a formar suas próprias coleções, com a sua própria cara. Mesmo quando não podem comprar o quadro eles compram o livro pra entender mais sobre o artista e manter aquilo como uma própria cultura”, explica ela, cuja filha Camila Yunes Guarita, de 19 anos, mantém o site Go Art, espaço na web dedicado à arte contemporânea.

Além das obras que estão sendo comercializadas no local, a PARTE realizará um ciclo com sete palestras e uma oficina de criação. Mais informações podem ser encontradas no site oficial do evento ou na página da PARTE no Facebook.

PARTE

Feira de arte contemporânea

17 a 21 de outubro de 2012

Paço das Artes (USP)


Comentários

Uma resposta para “Arte democrática”

  1. Avatar de esta arte é demais
    esta arte é demais

    artes legais

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