A situação dos índios Guarani-Kaiowá vem se propagando nas mídias sociais e na imprensa brasileira nos últimos dias. Em documentos e cartas divulgados recentemente, os índios pedem que seja decretada sua “morte coletiva” e relatam a situação vivida pela tribo da comunidade de Pyelito Kue, localizada nas margens do rio Dourados, no Mato Grosso do Sul. Agora, a história que comoveu os brasileiros tem chamado também atenção de organizações internacionais.
“Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós”, diz um trecho da carta divulgada pela tribo.
O problema da demarcação de terras vem sendo pauta de discussões no País desde os anos 1970. Em sua carta, os Guarani-Kaiowá acusam o governo de abandoná-los, de fazerem apenas uma refeição por dia e de estarem isolados e cercados na área, vigiada por pistoleiros contratados pelos fazendeiros da região.
Nesta quinta-feira, dia 25, a organização de defesa dos direitos dos índios Survival International divulgou uma nota onde solicita “o mapeamento urgente de todas as terras Guarani e que lhes seja permitido permanecer em suas terras antes que mais vidas sejam perdidas”. A tribo ocupa o assentamento há 12 anos, mas agora vê sua situação ameaçada. Na carta, os Guarani-Kaiowá pedem para que um grande buraco seja cavado no local seus corpos sejam enterrados ali, junto de seus antepassados.
Um documento pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgado na última terça-feira, dia 23, atenta para uma interpretação equivocada da carta dos índios. No início da semana, a imprensa noticiou que os Guarani-Kaiowá estariam dispostos a praticar um suicídio coletivo caso fossem obrigados a deixar a terra, mas o Cimi esclarece que o que a tribo afirma é que não deixará o local por determinação judicial, mesmo que por isso sejam vítimas dos pistoleiros e autoridades responsáveis pela reintegração.
Deixe um comentário