“Base da pirâmide cresce em taxas chinesas”

Fotos Luiza Sigulem

Nesta sexta-feira, dia 26, acontece no Centro de Convenções Rebouças, o Seminário “Inovação: Novas Forças do Mercado Brasileiro”. O encontro, realizado pela Seminários Brasileiros em parceria com a Plano CDE, tem o objetivo de mostrar e discutir exemplos criativos e sustentáveis de soluções para atender às necessidades dos novos consumidores.

Abrindo o encontro, a sócia-diretora da Plano CDE, Luciana Aguiar, chamou a atenção para a importância de atender às 40 milhões de pessoas que entraram nas classes D e E nos últimos sete anos, mas disse que também “não se pode esquecer que 43 milhões ganham de zero a seis salários mínimos”.  Segundo ela, “trabalhar para melhorar a vida dessas pessoas é o nosso desafio”.

Luciana Aguiar, sócia-diretora da Plano CD

Falando da importância do setor privado se dar conta do interessante nicho inexplorado de mercado que esses novos consumidores representam, ela lembrou que “a base da pirâmide brasileira cresce com taxas chinesas, enquanto a classe alta cresce em taxas europeias”.

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Exemplificando um mercado que pode ser trabalhado, Luciana afirma que, segundo pesquisas feitas pela Plano CDE, a experiência de consumo dos 47 milhões de jovens brasileiros é mais ligada a projetos de desenvolvimento pessoal e de garantir seu futuro do que de consumo de bens como o mercado comumente acredita. “Eles têm renda e desejos além do consumo. Perguntamos a grupos de jovens de baixa renda se eles tivesse um incremento em 500 reais no salário, o que fariam? As respostas surpreendem. A educação é o primeiro item, em segundo lugar vem o transporte, em terceiro aparece aparelhos e bens ligados à tecnologia e em último, vestuário”, contou ela. “O jovem entende que tem que investir no seu capital humano”, completa.

De acordo com Luciana, um a cada cinco jovens da base da pirâmide estão buscando o ensino privado. “Trinta e quatro por cento dos jovens com renda de R$ 1200 estão pagando por um ensino privado. Eles querem incrementar o seu capital humano. Isso é importante para o Brasil e uma informação importante para as empresas que querem acessar esse mercado. Eles têm que conhecer as necessidades e desejos desse público”, disse.

A sócia-diretora do Plano CDE chamou a atenção também para a necessidade dessas empresas de inovar. Para ela, inovar implica em repensar o modelo de negócios como um todo para atender à sociedade. “A grande novidade é que devemos inovar para ela (sociedade) e com ela (sociedade)”, afirmou. “O interessante no setor privado é que quando ele é capaz de inovar, ele é capaz de trazer uma grande transformação na vida das pessoas”.

Para inovar porém, as empresas têm que direcionar o seu olhar para as classes D e E que estão sendo negligenciadas e representam uma grande oportunidade. “O recado que eu quero deixar é que as empresas tem que crescer e aproveitar a oportunidade que está colocada, e que não foi desvendada, de atender a base da pirâmide e não só focar na classe C”, encerrou.

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